Na semana passada falamos sobre o apelo da exclusividade aplicada a veículos de passeio, e a forma como tradicionalmente montadoras têm se inspirado em eventos como copas do mundo para promover o lançamento de edições especiais e limitadas de alguns veículos de seus catálogos. Mas não são apenas mundiais de futebol que inspiram fabricantes a produzir veículos. No esporte ou fora dele, as mais variadas ocasiões têm sido aproveitadas para acrescentar pitadas de exclusividade a este produto tão padronizado por natureza.
Sobre Rodas
Márcio Madeira da Cunha
Sobre Rodas
O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas
Um dos fatores que mais agregam valor a veículos de passeio, em especial para aquele público específico que não os encara apenas como uma ferramenta necessária aos deslocamentos diários, é a exclusividade. Algo bastante natural para um mercado que se desenvolveu sob a égide do Fordismo, da linha de produção, e da padronização.
Encerrando esta nossa curta série de textos dedicada a veículos blindados, é hora de falarmos a respeito do que muda na maneira de conduzir, quando se está ao volante de um automóvel à prova de balas. O tipo de informação e consciência que todo motorista deve ter para que, no fim das contas, o investimento em segurança não termine por sair pela culatra, expondo condutor e passageiros a riscos de natureza diferente.
Há alguns anos o Brasil se tornou o país com maior frota de veículos blindados em todo o mundo. De fato, entre os modelos de maior luxo, chega a ser difícil encontrar por aqui um exemplar à venda que não ofereça esse tipo de proteção. Mas, será que o reforço estrutural é mesmo assim tão necessário, a ponto de compensar os altos custos e o enorme aumento de peso? Essa é uma pergunta que cada consumidor certamente precisa fazer antes de tomar a decisão.
Ainda que em Nova Friburgo a frota seja proporcionalmente grande quando comparada ao tamanho de nossa população, o percentual de veículos blindados circulando por nossas ruas é bem menor do que em grandes centros nacionais, ou cidades nas quais a sensação de insegurança é mais elevada.
Um dado que, por isso mesmo, pode ser considerado positivo, mas que não nos impede de dedicar algumas colunas a estes veículos especiais e tão peculiares que têm proliferado muito rapidamente no mercado nacional, sobretudo entre os modelos de luxo ou grande porte.
A Copa e o trânsito
O momento é de Copa do Mundo, e passei algum tempo pensando sobre como poderia relacionar este tema às nossas pautas habituais, voltadas ao trânsito.
Na semana passada dedicamos mais uma coluna a dar dicas sobre como economizar combustível, abordando questões um pouco mais aprofundadas do que geralmente podem ser encontradas em plataformas de assunto não específico. Mas, como dissemos no fim do texto, as recomendações individuais não esgotam o tema, uma vez que o tráfego é um organismo vivo, e ninguém circula sozinho por ruas e estradas.
Já dedicamos, tempos atrás, uma coluna inteira a dar dicas sobre como conduzir evitando desperdiçar combustível. Mas, diante de tudo o que vivemos recentemente com relação ao desabastecimento e o aumento médio de 30 centavos por litro de gasolina desde então, talvez seja o caso de relembrarmos algumas condutas a esse respeito e levarmos a conversa um passo adiante.
Corro o risco de desviar um pouco dos temas habituais deste espaço, mas dado o contexto em que escrevo estas linhas acredito que possa ser perdoado. A grande notícia do ano até aqui no Brasil teve relação direta com transportes rodoviários, ou mais precisamente a restrição deles. E não podemos ficar alheios a isso, correto?
Faça a pergunta a leigos, e possivelmente nove entre dez pessoas dirão que a peça do automóvel responsável por absorver as imperfeições do piso e evitar que os impactos sofridos por rodas e pneus sejam transmitidos integralmente ao monobloco e aos passageiros é o amortecedor. A realidade, no entanto, não é bem assim.