Economia de combustível

sábado, 09 de junho de 2018

Já dedicamos, tempos atrás, uma coluna inteira a dar dicas sobre como conduzir evitando desperdiçar combustível. Mas, diante de tudo o que vivemos recentemente com relação ao desabastecimento e o aumento médio de 30 centavos por litro de gasolina desde então, talvez seja o caso de relembrarmos algumas condutas a esse respeito e levarmos a conversa um passo adiante.

Após termos vistos tantos assuntos ao longo dos últimos meses, já podemos começar por perguntar: afinal quais as circunstâncias que fazem um veículo consumir mais combustível? E a resposta é essencialmente simples: 1) quando ele precisa acelerar ou 2) encontra alguma forma de resistência ao seu avanço, como uma subida, algo que aumente o coeficiente de penetração aerodinâmica (como objetos presos acima do teto), um sistema de freio que não esteja desbloqueando completamente as rodas quando não acionado ou pneus desalinhados. A segunda condição, como se vê, depende parcialmente da manutenção preventiva e da administração da carga, de modo a tornar a rolagem do veículo a mais suave possível. Já o primeiro ponto está diretamente relacionado à postura do motorista.

O X da questão reside no entendimento de economizar combustível é percorrer o mesmo itinerário reduzindo as acelerações lineares sofridas ao longo do caminho. Parece óbvio, não? Mas é um pouco mais profundo do que parece. Por aceleração aqui estou usando o entendimento físico, e tratando de alteração de velocidade, para mais ou para menos. E o que isso quer dizer?

Bom, quer dizer que eu vou acelerar o carro com suavidade quando precisar sair da imobilidade, e assim que alcançar uma velocidade compatível com a situação encontrada, vou fazer o possível para conservar essa energia cinética e não precisar usar os freios.

Ora, antes que comecem as críticas é importante enfatizar que não estamos falando de nada a ser levado ao extremo, a ponto de criar qualquer situação perigosa. Não, o que estamos dizendo é que se você circula pela Avenida Comte Bittencourt e percebe que o sinal está fechado 300 metros à frente, pode cortar a aceleração do veículo e permitir que ele perca velocidade lentamente, ciente de que a chance do sinal abrir antes que você chegue a ele é muito maior, evitando assim que tenha de ser realizado todo um novo processo de aceleração a partir do zero. Ter que usar os freios nessa hora é assumir que acelerou mais do que o necessário, e este excesso está tendo de ser jogado fora. A mesma lógica nos diz que não se deve acelerar de maneira desnecessária quando são vários os indícios de que o trânsito irá parar logo à frente.

Na estrada o mesmo raciocínio nos dirá que não faz sentido realizar ultrapassagens em estradas de uma pista se o motorista já estiver perto de seu destino ou se logo à frente algum obstáculo ou veículo mais lento irá reagrupar a todos. Da mesma forma, ao identificar uma curva mais lenta o motorista poderá desacelerar com antecedência, sem precisar recorrer excessivamente aos freios, ou poderá reduzir a marcha e preparar o motor antes de iniciar um percurso em subida.

Praticamente todos estes protocolos, no entanto, o leitor poderá encontrar em pesquisas pela internet. O que provavelmente ninguém dirá por aí é que o ato de economizar pode ganhar muito em eficiência a partir do momento em que se torna coletivo. E será justamente este o tema de nosso próximo encontro.

Até lá.

 

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Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

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