Duas rodadas sem escrever esta coluna e muitas emoções. Como dizia "Odete", personagem de Mara Manzan na novela "O Clone", cada mergulho é um flash. Todo dia é uma emoção. Muitas vezes boas, outras nem tanto. Mas todas estão dando o que falar. De time desacreditado, após a perda do patrocinador de anos e anos, o Flu conseguiu ser uma das atrações do Brasileirão. Embalou e chegou ao G4. Nessa tragetória, perdeu jogadores importantes, entre eles, os mais recentes, Wagner e Kenedy e ganhou outros. Osvaldo, Wellington Paulista e....Ronaldinho Gaúcho! O R10!
Eu sou é tricolor!
Mais uma vitória do Flu. Com sufoco, mas valeu. Gol no finalzinho do jogo, nos acréscimos, Fred de cabeça. E mais três pontos. Segundo na tabela, cujo líder é o Atlético Mineiro. O Galo, por sinal, foi um dos dois times que inflingiram derrota ao Flu neste Brasileirão. O outro foi o Palmeiras. Mas isso foi nas segunda e sétima rodadas respectivamente. Depois disso o Tricolor das Laranjeiras não perdeu mais. Ganhou da Ponte Preta, Goiás, Santos, empatou com o São Paulo, ganhou do Cruzeiro e agora do Atlético Paranaense.
O empate sem gols com o São Paulo não foi ruim, mas não sou uma pessoa que fique exaltando empates, salvo exceções. O Flu poderia jogar melhor e, consequentemente, ter vencido e estar mais acima na tabela. Mas estamos no G4, e isso não é pouca coisa. Mas como torcedora, sempre espero mais da equipe. E, vamos e convenhamos, levamos um certo sufoco. Cavalieri trabalhou bastante, fechou o gol. Teve ainda um pênalti não dado, o que poderia mudar a história do jogo e dado a vitória ao time das Laranjeiras.
O Flu conseguiu mais uma vitória — uma virada sobre o Goiás, por 2 x 1 — e agora parte com tudo pra cima do Santos, na quinta-feira, 2 de julho. Com os três pontos conquistados, chegou ao G4, junto com o surpreendente Sport, que mantém a liderança, Atlético Mineiro e São Paulo. Desculpe aí, amigos cariocas flamenguistas, vascaínos e botafoguenses, mas o Fluzão é o melhor do Rio. Enderson vem dando um jeito na equipe que começou com tantos problemas devido ao desmantelamento de parte da equipe por causa da perda do patrocínio anterior. Mas Cavalieri ficou, Fred ficou.
Às vezes eu me pergunto: como o Fluminense consegue fazer certas coisas? Como ele consegue nos levar - nos levar, digo, a torcida tricolor - ao êxtase e à decepção em pouco tempo? Do céu ao inferno. Sim, porque o Flu, o Time de Guerreiros, consegue iniciar um campeonato devagar, vai subindo, melhorando e....vence maravilhosamente o arquirrival Flamengo, um jogão com cinco gols. "Agora vai", a gente pensa. O time sobe na tabela, se aproxima do G4, parece que vai engrenar, ter uma homogeneidade na tríade defesa-meio-ataque. Dá um pequeno tropeço contra o Sport, que já está no G4. Ok.
Um empate, mais um ponto e o quinto lugar. Não era o que a torcida do Fluminense esperava, claro. Ainda mais jogando no Maracanã. Mas vale lembrar que o tricolor enfrentou um dos destaques do Brasileirão, o Sport. A equipe pernambucana está um ponto à frente do Flu, na quarta colocação, o que não é pouco para um time que tem como adversários os grandes do Sul e Sudeste. Aliás, este campeonato tem surpreendido, pelo menos até agora: nas quatro primeiras colocações estão, respectivamente: Atlético — não, não o mineiro, mas o paranaense —, São Paulo, Ponte Preta e Sport.
#eufui. Se fosse nos dias de hoje, seria assim que eu poderia começar um texto sobre a decisão do campeonato carioca que imortalizou o gol de barriga de Renato Gaúcho, dando o título ao Fluminense contra o eterno rival Flamengo. É, eu estava lá. Com uma amiga tricolor e duas flamenguistas me zoando - e já comemorando o título - até o finalzinho do jogo, quando o cruzamento de Aílton encontrou a barriga de Renato. Mas isto foi em outro tempo. Tempo sem #, sem smartphones, sem selfies e de Maracanã cheio, lotado, na verdade.
Não tem jeito. Toda vez que ouço o nome do (de)novo técnico do Fluminense me parece que estou numa churrascaria e lá está um cartaz: "Hoje, apresentação de Enderson e Seus Teclados". Ou então num clube com show da "Orquestra do Maestro Enderson Moreira". Depois da substituição "sai-Drubscky-entra-Enderson", até que - pelo menos - ficou mais fácil falar o nome do técnico tricolor.
Difícil estrear uma coluna comentando a goleada sofrida pelo time do coração. Ainda mais, realizado em sua cidade natal, Brasília. Um time que foi escolhido - sentido, amado - por você na infância, sem a mínima influência familiar (pai tijucano, torcedor do América, avó flamenguista e mãe sem time), de vizinhos ou de amiguinhos de escola. Eu tinha 7 para 8 anos quando, ao ouvir pelo rádio - é, gente, naquela época era assim - uma goleada do Fluminense sobre um adversário, que não me lembro quem (São Cristóvão, talvez), me tornei tricolor.