Do êxtase à decepção

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Às vezes eu me pergunto: como o Fluminense consegue fazer certas coisas? Como ele consegue nos levar - nos levar, digo, a torcida tricolor - ao êxtase e à decepção em pouco tempo? Do céu ao inferno. Sim, porque o Flu, o Time de Guerreiros, consegue iniciar um campeonato devagar, vai subindo, melhorando e....vence maravilhosamente o arquirrival Flamengo, um jogão com cinco gols. "Agora vai", a gente pensa. O time sobe na tabela, se aproxima do G4, parece que vai engrenar, ter uma homogeneidade na tríade defesa-meio-ataque. Dá um pequeno tropeço contra o Sport, que já está no G4. Ok. Acontece. Mas vem o Palmeiras...O Palmeiras que está lá embaixo, na zona de rebaixamento. Claro que dá pra levar três pontos pra casa. Mesmo sendo em São Paulo, no Allianz Park (ah, o marketing....). Não temos Fred, é verdade. Mas eles não têm Valdívia. E logo no início do jogo, gol de Jean. Estaria pintando uma goleada? "Oba! É hoje!", pensa a torcida. Um pensamento que logo passa. O Verdão empata. Mas e daí? Quem sabe um gol de Magno Alves...

Vem o segundo tempo e o que se vê é um festival de cartões para o tricolor. Até um vermelho, direto, depois de uma falta dura do Magnata em Gabriel. Logo ele, com sua experiência, um dos principais responsáveis pelo gol no primeiro tempo. Gum também acabou expulso (segundo amarelo) após colocar a mão na bola na entrada da área. E o castigo, além do Flu ficar com nove já nos acréscimos, foi o gol de desempate do Palmeiras, depois da cobrança de falta de Egídio, rebote de Cavalieri, chute de Cristaldo na trave e logo, pra dentro do gol tricolor. Cristaldo, que havia substituido o bibarrense ex-tricolor Arouca. Não teve jeito, veio a derrota. Aquela que já não esperávamos. Derrota, não! O jogo contra o Flamengo ainda estava ali, nas nossas mentes, na nossa esperança, nos iludindo. Mesmo com a estreia do ex-rubro-negro Alecsandro com a camisa alviverde.

Claro, as reclamações - com e sem razões - sobre cartões, expulsões, má arbitragem etc. aconteceram e ainda vão acontecer. Mas o que o Fluminense precisa é de uma equipe com unidade, com estabilidade para que haja um progresso contínuo. Vencer o Flamengo é ótimo. Mas queremos mais. Com ou sem Fred. Volto a falar sobre a instabilidade do meio de campo. Temos bons jogadores neste setor? Temos. Mas não dá para cada um deles fazer uma boa partida por vez, num "revezamento" inaceitável que só vem prejudicando a equipe. Quando um se destaca, o outro se apaga. Quando um faz um gol ou dá um passe decisivo, o outro falha, muitas vezes em jogadas bobas. Quando um joga, ou outro está no departamento médico ou cumprindo suspensão. Está na hora de Enderson Moreira acertar o time com as peças que tem. Se não brilhar, pelo menos a equipe tem que jogar bem, sempre, para conseguir bons resultados. Senão, não chega a lugar nenhum e ainda mata a torcida do coração.

E ainda depois da derrota do Flu, assisti à fraquinha vitória da Seleção Brasileira, sobre o Peru. Graças a uma única pessoa, Neymar. Gosto de ídolos, mas equipes vencedoras vão além deles. No mínimo, onze jogam. É um jogo coletivo. Que Neymar brilhe, que Fred brilhe. Mas um time tem que jogar bem, brilhar, com ou sem eles.

Então, que venha a Ponte Preta!

Saudações tricolores! 

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