Enquanto é jovem, a mulher tem muito menos riscos de sofrer acidentes cardíacos que o homem. Depois que suas menstruações acabam, quando afinal entra na menopausa, as coisas mudam de forma radical e os riscos se igualam, de acordo com os cardiologistas. Entre nós, brasileiros, o número de mortes por doenças cardiovasculares fica em torno de 300.000 por ano, o que é assustador. Milhares destes casos de infarto cardíaco e acidentes vasculares cerebrais estão totalmente relacionados ao aumento dos maus hábitos de vida e de alimentação.
A Saúde da Mulher
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A vida do ser humano é feita de diversas fases. No caso das mulheres, uma destas fases é a chamada menopausa. Entre nós, ocidentais, esta época da vida feminina é muito valorizada, e infelizmente possui uma carga bastante negativa. Muitas das leitoras com certeza não sabem, mas em diversas partes do mundo esta palavra, menopausa, é desconhecida, simplesmente não existe. Nossa cultura, contudo, coloca nela um peso tremendo, como se fosse o fim de tudo, quando na verdade é apenas mais uma fase.
Uma senhora bem idosa, acima dos oitenta e poucos anos, passa de um dia para o outro a queixar de fortes dores no lado esquerdo da bacia. Como ela de vez em quando reclamava de dores em outras partes do corpo, pensou-se que era mais uma daquelas crises dolorosas. Mas, desta vez, a dor não melhorou como antes com o analgésico que estava acostumada a usar e continuou reclamando por mais um ou dois dias.
Como dizia uma experiente professora de matemática, já aposentada, saber não ocupa espaço. Por esta razão vamos aprender juntos algumas coisas a respeito do coração na fase da menopausa. A principal causa de morte em mulheres com idade acima dos quarenta e cinco anos é uma doença cardíaca. Nenhuma de vocês imaginaria isto. Entre tantas doenças e acidentes e tipos de câncer, quem pensaria que esta máquina de bombear sangue, que trabalha silenciosamente dentro do seu peito, seria responsável por tamanha desgraça?
Em muitas cidades do Brasil, o numero de motocicletas ultrapassa o de automóveis, Um exemplo curioso é o município de Tefé, no Amazonas, onde para cada carro existem nove motocicletas. É claro que se levarmos em consideração as condições econômicas da região, vamos ver que é bem mais fácil para aquela população adquirir uma moto do que um automóvel. Também precisamos considerar as condições das estradas e os locais de acesso das diversas regiões brasileiras, nas quais com certeza só se consegue chegar pilotando uma moto.
O mês de outubro marca uma época de campanhas contra o câncer da mama. Doença silenciosa e muitas vezes de difícil diagnóstico, apesar dos métodos de imagem altamente sofisticados que dispomos atualmente, ainda temos um grande número de casos nos quais a doença passa desapercebida — em torno de quinze por cento dos chamados resultados falso negativos, ou seja, a doença estava lá, mas por ser muito inicial não foi detectada. Aqui em nossa cidade temos uma instituição voltada para as vitimas desta doença.
A vida moderna, como chamamos a nossa, com as enormes modificações no dia a dia e repercutindo diretamente na existência de cada um de nós, movida pelo enorme progresso que a ciência introduziu, trouxe, além de muitas coisas boas, enormes problemas e sofrimentos. Acredito que a maioria das leitoras já tenha ouvido falar de doenças como estresse, fobias, e mais atualmente na síndrome do pânico.
Desta vez nossa coluna será estendida aos homens. Para que não sejamos injustos, precisamos dar a eles alguma atenção. Pelo menos uma queixa frequente que recebo deles e de muitas de suas companheiras é "por que o senhor não dedica alguma atenção aos homens?”, afinal eles também são filhos de Deus. E com muito cuidado vou oferecer esta coluna a eles. E para começo de conversa lanço uma pergunta que vai deixá-los de saia justa. Por que os homens não vão ao médico? Com certeza as respostas a esta questão serão muitas.
Alguns acontecimentos na vida da mulher são muito mais frequentes do que se possa imaginar. Embora possam ocorrer com mais intensidade depois dos quarenta anos, muitas mulheres ainda jovens se queixam deles. Uma destas reclamações que chegam ao médico ginecologista diz respeito a dificuldades em controlar a bexiga.
A chamada terapia com hormônios, para tratamento da menopausa, é hoje um fato de conhecimento geral. Difícil encontrar uma mulher, mesmo nas camadas mais simples da nossa população, que ainda não tenha ouvido falar no assunto. Todos os dias, em alguma emissora de rádio ou TV, ou em revistas voltadas para o público feminino, alguém aborda este tema de tremenda relevância para as mulheres, pois todas elas passarão, em algum momento, por aquela fase da vida e sentirão na pele as dificuldades que ela trás.