Ruas perigosas

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Em muitas cidades do Brasil, o numero de motocicletas ultrapassa o de automóveis, Um exemplo curioso é o município de Tefé, no Amazonas, onde para cada carro existem nove motocicletas. É claro que se levarmos em consideração as condições econômicas da região, vamos ver que é bem mais fácil para aquela população adquirir uma moto do que um automóvel. Também precisamos considerar as condições das estradas e os locais de acesso das diversas regiões brasileiras, nas quais com certeza só se consegue chegar pilotando uma moto. Mas, nas demais cidades, nas grandes como Rio e São Paulo, por exemplo, ou nas cidades medias como a nossa, se o numero de motos não é igual ao de automóveis, chega perto. O que chama a atenção é o enorme numero de acidentes de transito envolvendo as motocicletas. Principalmente as de baixa potência, como as de 125 cilindradas. Estas ganham longe o infeliz premio dos  acidentes. Muitas vidas são destruídas todos os meses no Brasil, em acidentes de transito envolvendo motos. Segundo estatísticas do Departamento Nacional de Transito, a cada noventa segundos morre um motociclista brasileiro. Em São Paulo,  informa  agencia de transito da cidade, num total de 270 mortes por acidentes com motocicletas, os mais atingidos foram os motofretistas, aqueles que trabalham o dia todo pilotando sua moto e fazendo fretes. Em seguida aparecem os estudantes, vindo depois representantes comerciais, garçons e pedreiros. A gravidade dos acidentes envolvendo motociclistas é muito grande, justamente pela exposição do piloto, que sempre é projetado longe, sofrendo o seu corpo todo tipo de fraturas e perda de membros. Uma parte importante destas vitimas permanece em media seis meses internado em hospitais. Muitos conseguem se recuperar parcialmente, outros vão ficar paralíticos, cegos,ou completamente incapacitados para exercer qualquer tipo de atividade produtiva, permanecendo como um grande fardo a pesar nas costas da previdência social e de suas famílias. Casamentos são desfeitos e empresas são fechadas. O arrependimento sempre chega tarde. Depois dos acidentes os motoqueiros sem exceção, afirmam que, se soubessem dos riscos e dos perigos de pilotar uma moto nunca teriam comprado uma. Aqui em Friburgo, diariamente, segundo me foi dito durante gravação de um programa da TV Zoom pelo Dr. Leonard Eyer, oficial do nosso Corpo de Bombeiros, responsável pelo serviço das ambulâncias de urgência, ocorrem em media quatro resgates. Destes, alguns de alta gravidade ou óbito. Como disse no inicio da coluna, as motos de baixa potencia são as maiores envolvidas. A idade dos pilotos fica em torno de 18 aos 30 anos, são portanto os mais jovens e com menos bom senso os maiores responsáveis pelos acidentes que destroem suas próprias vidas e a dos outros. De acordo com dados da SBOT – Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – o governo federal gasta por ano alguma coisa perto de 28 bilhões de reais com cirurgias, próteses, internações, benefícios e aposentadorias precoces destes acidentados. Em Friburgo os motociclistas demarcaram por conta própria uma terceira faixa de rolamento, circulando em meio aos demais veículos. Muitos atropelamentos com vitimas fatais são provocados por esta conduta ilegal dos mesmos, pois pessoas idosas principalmente, ao atravessarem as ruas são atingidas por motos que circulam em alta velocidade entre os carros. Urge que façamos campanhas educativas e também punitivas, para a proteção de todos. 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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