Tem muita gente na equipe de A VOZ DA SERRA que é poeta e não sabe. Guilherme Alt está no meio dessa gente querida. Somente leio o Editorial do Caderno Z depois de compor meu texto, isso para não me influenciar na hora de escrever. Li Guilherme e constatei – prosa poética e ele nem fica prosa por ser poeta. E é na sua poesia que inauguro a viagem de hoje em homenagem ao Dia Nacional do Artesão – “É na ponta dos dedos, no trançar das agulhas, no martelar dos pregos...” que o Z esbanja habilidades para traduzir o artesanato friburguense.
Surpresas de Viagem
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
Tão musical está o Caderno Z que só faltou cantar. Mas se não canta, encanta!E tudo isso para falar de um tema pra lá de especial – o Jazz. Muita gente deve estar surpresa com a idade desse ritmo de “essência africana”, que parece moderninho, mas, que na verdade, tem idade suficiente para ser o pai de muitos gêneros musicais pela influência que tem exercido ao longo da história. Em Nova Friburgo, o Clube de Jazz completa 20 anos com a empolgação de sempre. Os depoimentos de alguns fundadores do clube são emocionantes e nos levam ao embalo de suas canções fascinantes.
O carnaval acabou. Assim mostra o calendário. Contudo, as emoções continuam até porque, como diz uma canção – “confete, pedacinho colorido de saudade”. E quantos confetes nós ainda vislumbramos pela cidade. Por mais que se varra, sempre ficam aqueles teimosinhos, marcando os dias da folia. O Caderno Z é todo festivo com o registro das campeãs. A Vilage conquista seu 25º título, renascendo das cinzas.
No carnaval, o melhor tombo é cair na folia! O jornal inteiro é um convite para que os foliões não percam a programação. Agora são oito escolas, pois os blocos de enredo adquiriram o status de escolas de samba, com mais enriquecimento para o nosso carnaval. Pelas letras dos sambas vê-se que a festa de Momo é cultura, arte e muita pesquisa na composição dos enredos. É o trabalho de um ano, de desafios e anseios, de altos e baixos, porque não é fácil manter uma agremiação. São comunidades inteiras que se esforçam para que tudo esteja a contento no momento triunfal da exibição na passarela.
Já preparei meu bloco de rascunho para registrar a euforia do Caderno Z. Faltando poucos dias para o carnaval, os festejos de Momo estão a todo vapor. O Brasil tem pose de ser o pioneiro, mas o carnaval “não é uma invenção do brasileiro e remonta à Antiguidade”... Com tradições variadas pelo mundo afora, até ganhar o formato atual em nosso país, quanta coisa foi mudando, mas Nova Friburgo mantém seu carnaval entre os melhores do Estado do Rio de Janeiro. O Bloco “Máquina Tricolor” vem com toda animação para homenagear seu ídolo Romerito.
Começamos com o Z de uma amizade muito grande para celebrarmos nesse domingo, 17 de fevereiro, o Dia da Amizade Suíço-Brasileira. Guiados pela memória histórica de Girlan Guilland, vamos relembrar a visita de uma caravana suíça que aqui chegou em 1977. São passados mais de quarenta anos e precisamos festejar a criação da Associação Fribourg-Nova Friburgo. Em “Dois povos: um só coração”, Girlan comenta, entre outras importâncias, sobre o monumento “alusivo às duas cidades”, localizado no largo entre as ruas Francisco Miele e José Ruiz Bolea.
O Caderno Z está em festa. É aniversário do Facebook: 15 anos debutando, e já parecendo tão antigo. Quinze anos nesse tempo de tecnologias avançadas podemos entender como uma eternidade. Marshall Mcluhan veio lembrar meus tempos de faculdade, quando justamente criei meu perfil no Face. A finalidade era facilitar os contatos e acabei ficando por essa mesma facilidade de comunicação. Essa é uma rede onde ninguém descansa. Alan Andrade exemplificou bem sobre os “benefícios e malefícios de se usar o Facebook”, pois tudo está na busca do usuário.
O Caderno Z provocou minhas lembranças, pois meu pai ficava muito aborrecido quando alguém reclamava do progresso. Uma vez, por volta do ano 2001, um amigo comentou: “Ary, Rio das Ostras acabou!” Amante do desenvolvimento e da emancipação dos lugares, papai retrucou: “Rio das Ostras está é começando!”. E estava mesmo é se transformando no paraíso litorâneo dos friburguenses. Os depoimentos comprovam que, mesmo havendo nostalgia, as transformações não conflitaram com os antigos frequentadores.
Neste fim de semana completamos cinco anos da nossa coluna. Ao Jornal A VOZ DA SERRA a gratidão pelo espaço e a confiança. Aos leitores, o agradecimento pelo incentivo e elogios. O prazer de viajar literariamente nas páginas do jornal tem sido, no decorrer do tempo, renovado pela competência das surpresas que o conteúdo das edições nos dispõe. Nesse clima festivo, vamos abrindo o Caderno Z para as maravilhas do tema – “Sorvete – a delícia que conquistou o mundo”. Quem pensa que esse geladinho é coisa de agora, que nada! No século 17 não era mais novidade.
A viagem do último fim de semana ao abrir o exemplar de A VOZ DA SERRA começou me levando para a minha casa de infância, onde eu escutava algumas histórias de papai. Dono de um bar, na Avenida Euterpe, algumas vezes eu o ouvia contar – “fulano comprou um Volkswagen!”. Era um comentário que enaltecia a compra e dava ao comprador um ar de superioridade. Depois, de Volks passou a ser chamado de Fusca e, para quem possuiu um modelo, é amor de verdade. Basta dizer que 20 de janeiro é o Dia Nacional do Fusca. Viva o Caderno Z, sempre ligado!