Anarriê! O Caderno Z nos leva para o mundo das festas juninas. Começar o sexto mês é um susto, pois metade do ano já está indo para a cucuia. Em compensação, é uma delícia pensar nas delícias dos famosos arraiás. Contudo, nada é novidade. Esses costumes já aconteciam no século 10, no Egito e na Grécia, entre outros. A partir de 1500, com a colonização portuguesa, as tradições juninas vieram para o Brasil e passaram a se estender para os meses seguintes, tanto que hoje há festas agostinas, setembrinas, até o final do ano. E o melhor nessa história toda é ser criativo no uso dos trajes.
Surpresas de Viagem
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
“Enxada na mão, semear o chão”. Parece que vamos começar um poema, mas na verdade, é o Caderno Z festejando o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural - 25 de maio. “Na agricultura moderna as ações têm como base diminuir os impactos sobre a natureza”, contudo, “uma fazenda é uma operação incrivelmente complexa”, pois, é preciso “um conhecimento íntimo de centenas, talvez milhares de hectares de terra”. A agricultura tem sido passada de pai para filhos e Nova Friburgo é detentora de vários títulos no setor agrícola, atuando sempre em regime familiar.
Como é bom festejar o Dia Internacional de Museus, 18 de maio, com quem entende do assunto. E, por isso mesmo, o Caderno Z conversou com Luiz Fernando Folly, presidente da Fundação D. João VI, e é ele quem nos guia na visita ao sonho do Museu de Nova Friburgo – “A Fundação não parou o projeto do museu, muito menos desistiu, como alguns podem pensar...”.
Agora, sim, eu sei que estou na moda! Não pensei que transformar roupas tivesse este nome bonito: “upcycling”. O processo é a reutilização criativa, transformando “subprodutos, resíduos, produtos inúteis ou indesejáveis em novos materiais ou produtos de melhor qualidade ou com maior valor ambiental. A foto de Sara Tyau sugere uma repaginada num vestido muito mal-encarado, numa peça jovial e alegre. Se você tem em casa alguma coisa encostada num canto qualquer, é hora de investir na criação. Eu adoro essas coisas de transformação e assim coisa alguma eu descarto.
Com tantas datas festivas, o quinto mês do ano ainda tem o Dia do Sertanejo, 3 de maio. O Caderno Z é pura emoção e a sonoplastia fica por conta de Almir Sater e Renato Teixeira – “Ando devagar porque já tive pressa...”. O escritor Euclides da Cunha, com sua sensibilidade, acertou em cheio quando proclamou – “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. E essa fortaleza é fruto da difícil vida no sertão, com todos os seus desafios. Ao mesmo tempo em que viver no agreste é um desafio, a região é culturalmente rica, em especial, nas artes musicais, na prosa e na poesia.
Começamos a viagem com um roteiro pra lá de importante – O Dia da Terra. No calendário das nossas responsabilidades, o dia é para ser reverenciado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. O Caderno Z, sempre atento, não perderia a oportunidade de nos trazer alertas sobre o tema, em especial, com atenção aos recursos naturais que a natureza nos oferece.
O Caderno Z não deixaria passar em branco a data de 18 de abril – Dia Nacional do Livro Infantil, criado em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato. Na sequência, dia 23 tem mais celebrações com o Dia Mundial do Livro, que homenageia outros grandes da literatura – William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Vladimir Nabokov. O tema é vasto e nos prendendo ao Sítio do Pica Pau Amarelo teremos enredo de sobra para enriquecer a viagem.
O Caderno Z está literalmente recheado de guloseimas. Parece o próprio Coelhinho da Páscoa. Eu já escolhi a minha receita – “Ovo de Páscoa de travessa”. São várias sugestões, cada qual mais provocante do que a outra. E pensar que o chocolate é coisa de mais de três mil anos. A planta foi cultivada pelo povo “Olmeca”, uma civilização que vivia nas “regiões tropicais do centro-sul do atual México”. Para chegar aos tempos atuais, o cacau passou por vários processos.
Como é bom completar 74 anos e, em meio à maturidade, sentir-se cada vez mais jovem. O ser humano é passageiro; o jornal, que tem a marca de ser a nossa “Voz”, é perene. Na duração de seu tempo, se renova e isso lhe confere a jovialidade necessária para vencer esse mesmo tempo implacável. De Américo Ventura aos dias atuais, mais atual, impossível. O trabalho é tamanho família, passando de pai para filho e do filho para neta, bisnetos e quem mais chegar.
O tema “1º de Abril – Dia da Mentira” me levou, novamente, à casa da infância, porque me pai era aniversariante dessa data. Eu e meu irmão embrulhávamos uma caixa com chuchu ou batata, e um bilhetinho – “Caiu, caiu, 1º de abril!” – Todo ano era a mesma coisa e papai repetia – “Ah! Vocês me pegaram de novo!” Lembro-me ainda que na vizinhança, a criançada já começava o dia pregando “mentiras”. E a gente se divertia quando alguém caia no trote. Nós nem sabíamos que era uma coisa tão antiga e muito menos que essa prática era de origem estrangeira, de muitos séculos passados.