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De Rio das Ostras aos mares da vida
O Caderno Z provocou minhas lembranças, pois meu pai ficava muito aborrecido quando alguém reclamava do progresso. Uma vez, por volta do ano 2001, um amigo comentou: “Ary, Rio das Ostras acabou!” Amante do desenvolvimento e da emancipação dos lugares, papai retrucou: “Rio das Ostras está é começando!”. E estava mesmo é se transformando no paraíso litorâneo dos friburguenses. Os depoimentos comprovam que, mesmo havendo nostalgia, as transformações não conflitaram com os antigos frequentadores. Marga Farah conta que a viagem era muito demorada, “quase oito horas de aventura”, mas valia muito à pena.
Dileia Rangel lembra que, antigamente, em Rio das Ostras “quase todo mundo se conhecia” pelos inúmeros friburguenses que iam passar suas férias em suas delícias. Núbia e Flávia Thedin lembram o tempo em que não havia celular e as enormes filas “no orelhão” para mandar notícias aos familiares. Ângela Schuabb tirou foto grávida de seu primeiro filho... Roberto Galvez se confessa “um apaixonado”. As gerações se revezam e toda essa movimentação, lá e cá, é fruto das facilidades de acesso que a estrada Serramar proporcionou. “Um sonho de 40 anos” que na realidade é o sonho de consumo de muita gente. Com esse verão maravilhoso de 2019 é mais do que tentador sonhar com Rio das Ostras. Contudo, nem tudo que reluz é ouro, pois a Serramar precisa de muitos cuidados e a atenção dos motoristas é fundamental. Que Iemanjá, por seu dia 2 de fevereiro, nos proteja das águas das intempéries da vida!
Parece que o ano novo vai passar voando. Para o esporte, a agenda promete ser intensa com previsão de “pelo menos” dez eventos em 2019. De março a dezembro, o calendário já está lotado. Como anuncia Vinicius Gastin, “Fôlego em dia”!
A Lei do Silêncio continua fazendo barulho pelo seu não cumprimento. Sobre a proibição de fogos de artifício sonoros, não entendi até hoje como isso funciona. Na virada do ano, aqui no bairro Ouro Preto, a lei foi pro beleléu. Das lojas barulhentas, eu concordo com a leitora Monique Lima – “Eu fujo dessas lojas”. Os comércios de rede, em geral, têm essa mania de achar que barulho atrai a freguesia. Apenas uma musiquinha suave, no interior da loja já estaria de bom tamanho. Algumas mazelas são difíceis de eliminação. Como exemplo ainda, a violência contra a mulher. Entra ano, sai ano e a problemática continua. A nova delegada da Deam, Mariana Thomé de Moraes, ressalta que “ainda há forte sensação de impunidade”.
Em “Há 50 Anos”, o velho caso das torres de televisão. Falava-se em apenas a transmissão da Tupi, “em situação das mais precárias, irritantes e vergonhosas para uma cidade com pretensões turísticas”. Isso em 1969, minha gente. Como melhoramos!
Márcio Madeira nos traz boas novas sobre a possibilidade de o vereador Sérgio Louback assumir, na Alerj, a vaga de Chiquinho da Mangueira, preso na operação “Furna da Onça”, em novembro do ano passado. Louback é o primeiro suplente e aguarda a possível nomeação. Em Brasília, o ex-nadador Luiz Lima e Glauber Braga manterão gabinetes em Nova Friburgo. Marcelo Calero pretende ser um representante da nossa cidade na Câmara Federal. Boas falas!
Emocionante a realização do festival de música em homenagem a Sérgio Knust. O evento era um sonho de Sérgio, que teve sua vida encerrada por um acidente automobilístico no dia 8 de dezembro, quando seguia de volta para o Rio, após uma apresentação em Conquista. As mais de 20 bandas confirmadas para o show e outros tantos artistas renomados em Nova Friburgo prestam esse bonito louvor à memória do músico, que fez carreira brilhante como instrumentista, compositor e arranjador. Para tão linda história, tão curta a vida. E é com David Massena que podemos encontrar conforto e imaginar que Knust esteja em paz e concordando com o Pinçado da Internet – “A vida passa tão depressa que minha alma não teve tempo de envelhecer”.
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
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