Da folia às responsabilidades, A VOZ DA SERRA é nota dez na comunicação!

No carnaval, o melhor tombo é cair na folia! O jornal inteiro é um convite para que os foliões não percam a programação. Agora são oito escolas, pois os blocos de enredo adquiriram o status de escolas de samba, com mais enriquecimento para o nosso carnaval. Pelas letras dos sambas vê-se que a festa de Momo é cultura, arte e muita pesquisa na composição dos enredos. É o trabalho de um ano, de desafios e anseios, de altos e baixos, porque não é fácil manter uma agremiação. São comunidades inteiras que se esforçam para que tudo esteja a contento no momento triunfal da exibição na passarela. Um detalhe que destoe na avaliação pode ser fatal na contagem de pontos.

Antigamente, na quarta-feira de cinzas tudo silenciava. Nas emissoras de rádio, as marchinhas eram substituídas pelos clássicos e somente no sábado de aleluia, depois do meio-dia, podia se pensar em festa. Hoje, a quarta de cinzas é mais acesa do que farol de caminhão. Tudo isso porque é o dia da apuração dos campeões. Aí são outros quinhentos – risos para uns, insatisfação para muitos. Nada que esteja fora do contexto, afinal, as competições geram energias de alta tensão. Para quem vence, explosão; para quem perde é um verdadeiro choque. No fim das contas, são todos vencedores.

Não é sem razão que o Bloco Otávio e Carolina tem mais de 100 anos de existência. O distrito de Amparo é o berço do casal de bonecos e a família aumentou com a criação dos filhos – “Clarinda e Antenor” e ainda um boi-bumbá, um burrinho e mais um boneco em homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O bloco não teve condições de se apresentar no centro por falta de “apoio e patrocínio”. Que pena! Dias melhores virão. A reportagem de Paula Valviesse está perfeita. Parabéns, amiga!      

Vinicius Gastin trouxe uma página pra lá de quente, provando que esporte e samba são duas paixões que combinam, e muito bem. Gigantes da Serra é o bloco que reúne os vascaínos e forma um enorme cordão pela Alberto Braune.  Máquina Tricolor arrasta na avenida uma enormidade de torcedores do Fluminense e o União Rubro-Negra esquenta os corações flamenguistas. Com seus valores de estimas e competência, cada bloco acrescenta mais importância ao carnaval de Nova Friburgo. E para 2020, os botafoguenses prometem o brilho da estrela solitária nas folias de Momo. Renato Alves, venha pra cá no ano que vem com seu coração alvinegro!

Em “Há 50 Anos” comentava-se os “aspectos da esplendorosa ornamentação carnavalesca mandada executar pela administração Amâncio Azevedo, arrojada concepção a que foi dado o título de Evolução da era espacial”. Deve ter sido mesmo muito bonita, pois a decoração recebeu até “francos louvores da imprensa fluminense e carioca”, conforme nota na coluna. Comparando com 2019, a ornamentação pode ter o título de “Evolução da era especial” – quando as agremiações são os próprios enfeites com a criatividade do trabalho incansável de um ano inteiro.

O carnaval tem a magia de provocar emoções, como no desfile de fantasias ocorrido na Estação Livre na última quinta-feira. Que esplendor indescritível! Não há como não se comover diante do amor e do capricho dos 12 competidores. Essa magia também move os blocos que abrem os festejos como Piranhas, Maluco Beleza e os demais que percorrem as ruas da cidade. A Banda da Predial Primus é um primor na foto de Henrique Pinheiro, unindo todas as gerações, celebrando sempre um encontro familiar com amigos e parentes, levados por Miguel e Silvio Ruiz. Lindo demais!

Contudo, Silvério ainda sugere a fantasia “Lixo no Lixo”. Ainda é preciso anunciar – “Não faça xixi na rua”, com cem banheiros químicos espalhados pelas ruas. Ainda precisamos de uma equipe de 120 funcionários atuando na limpeza pública, com maquinário de apoio, inclusive, cinco caminhões pipas, três retroescavadeiras e oito caminhões basculantes. E ainda temos que alertar – “Se beber não dirija”! Como bem se vê, para alguns, ainda falta um quesito muito importante – A Responsabilidade!