Escrevivendo

Robério Canto

Escrevivendo

No estilo “caminhando contra o vento”, o professor Robério Canto vai “vivendo e Escrevivendo” causos cotidianos, com uma generosa pitada de bom humor. Membro da Academia Friburguense de Letras, imortal desde criancinha.

20/01/2016

A morte demora muito a chegar, e a tentação chega a todo momento

“Em homem nada pega!”, exclamava ela, quando alguém lhe contava mais uma das traições do marido. Depois, com ar sereno, acrescentava: “Tomou um banho, tá limpo!” O homem, tendo a infidelidade conjugal prévia e posteriormente perdoada, sentia-se à vontade para ir coroando de chifres a cabeça da rainha do lar.

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12/01/2016

Queria falar com o dono da casa. O dono da casa, estando minha mulher ausente, sou eu. Vou atendê-lo com muito medo, pois nada ma assusta mais do que ter, diante de minha porta, pessoas com aquele ar ao mesmo tempo respeitoso e íntimo que é o segredo de todo bom vendedor.

Apesar disso, atendi o homem, mandei-o entrar. Ele abriu a pasta e sacou uma ficha, que seu acompanhante se pôs a preencher com a devida concentração.

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08/01/2016

Tenho uma grande arte. Eu firo duramente aqueles que me ferem

Famoso ator inglês interpretava Ricardo III e, a certa altura da peça de Shakespeare e da história da Inglaterra, o rei está perdendo a batalha e começa a gritar para que alguém traga a montaria que lhe permita perseguir seu adversário: “Meu reino por um cavalo!” Da plateia, um engraçadinho perguntou: “Um burro serve?” O ator interrompeu a apresentação e respondeu, com fleuma britânica: “Serve. Pode subir.”

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30/12/2015

Mas nada muda, só nós podemos mudar

Não é a primeira vez que conto isso, mas a proximidade do fim do ano me fez lembrar. Meu filho, quando tão pequeno que passado, presente e futuro se misturavam em sua cabeça, assistia a um desenho na TV. Estávamos saindo para ir à casa de meu irmão, e ele tanto queria estar lá, brincando com o primo, quanto ficar em casa, vendo o resto do desenho. Ainda não tinha aprendido essa dura realidade da vida: quem escolhe renuncia.

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17/12/2015

“Quando você gritou/ Mengo/ No segundo gol do Zico/ Tirei sem pensar o cinto/ E bati até cansar/ Três anos vivendo juntos/ E eu sempre disse contente/ Minha preta é uma rainha/ Porque não teme o batente/ Se garante na cozinha/ E ainda é Vasco doente/ Daquele gol até hoje/ Meu rádio está desligado/ Como se irradiasse/ O silêncio do amor/ Terminado/ Eu aprendi que a alegria/ De quem está apaixonado/ É como a falsa euforia/De um gol anulado.”

(João Bosco e Aldir Blanc)

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- MengOOOOOO!

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10/12/2015

1. Tudo por um Boeing

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02/12/2015

Se pequei, foi só por pensamento, que por palavras e obras estava eu impossibilitado

Durante três dias estive praticamente sem voz. Muita gente dirá que ninguém perdeu nada com isso e eu mesmo creio que, durante esse período, poupei a humanidade de ouvir muita bobagem, barbarismo e barbaridade. No entanto, a mim a voz me faz falta. E não só a minha. Para todos nós há sempre ao menos uma outra voz sem a qual o mundo ficaria nos parecendo uma casa feita de ausências, onde o próprio vento entrasse silencioso pelas janelas, como o sopro de algum fantasma afônico.

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24/11/2015

Nem Deus, que criou a natureza e tudo mais, conseguia contentar João Jumento.

Não sei por que voltei a me lembrar do assunto, tantos anos depois do ocorrido. Talvez tenha sido por causa da celebração do Dia do Mau Humor, se é que mau humor merece ser celebrado. Aliás, uma data aziaga dessas só pode ter sido criada por alguém muito mal humorado.

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16/11/2015

Jotta Catanduva: Boa noite. O JBN começa agora, trazendo para você o que de mais importante aconteceu hoje em Nachi e no mundo. Começamos com a repórter Takanara Kamiruka, que tem todas as informações sobre o tiroteio na favela de Coelho Manco.  É com você, Takanara!

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12/11/2015

Não duvido de que Eva tenha garantido a Adão que Deus não ia ficar sabendo.

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