“Pão e vinho, peixe, cordeiro e colomba pascal”. Eis que a viagem começa trazendo na bagagem símbolos que se tornaram preciosos para as festas da Páscoa. A Colomba vem da Itália e a pomba representa o Espírito Santo. O ovo simboliza a vida e o coelho, a fertilidade. O chocolate, nessa história toda, só precisa de moderação. A nutricionista Janaína Bairral alerta que “o ideal é respeitar o consumo diário recomendado”. Mas quem resiste? O danadinho é gostoso! Leo Arturius até recomenda, entre outros, o filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”.
Surpresas de Viagem
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
O Caderno Z nos convida a desvendar as maravilhas da estação que abre os caminhos para o inverno. “Tons de amarelo, laranja e marrom invadem os jardins”. O Outono é poético e o “despir das árvores” remete mesmo à reflexão. É o tempo de “buscar forças dentro de nós mesmos”, para os desafios que nos chegam. Mas, se é tempo de mudança, é tempo também de buscar novas maneiras de aproveitar a vida. E, que tal fazer um intercâmbio? De acordo com Ana Cláudia Balsa, diretora da agência Genebra Turismo, “é bom sair daqui, ver uma nova cultura, estudar, conhecer novas pessoas...”.
Quem pode garantir que só se aprende com os mais velhos? Os mais jovens têm muito a nos ensinar. A prova disso é o Caderno Z que, completando seu primeiro ano de vida, tem nos trazido grandes conhecimentos. É a plataforma de onde saímos para as aventuras das viagens literárias. Ao mesmo tempo, se faz de embarcação para conduzir a folha A4. Na missão de ponto de partida, o “Z” ocupa os primeiros parágrafos de nossa coluna e eu amo guardar os cadernos. A cada edição são muitos assuntos, todos bem apresentados e argumentados.
O Caderno Z dá o comando: “Solta o som, DJ!” Isso parece coisa bem moderna, mas, se voltarmos um pouquinho no tempo, muita gente vai se lembrar que lá pela década de 70, na Rádio Mundial, por exemplo, quem comandava os embalos era um disc jockey. Alguém se lembra de Big Boy – “Hello crazi people!”? A diferença que temos hoje está atribuída aos avanços das tecnologias e Antonio Fernando nos dá ótimas impressões do tempo em que um locutor podia fazer milagres com um long play.
Abrimos o Caderno Z e logo no embarque uma declaração, vinda da alma de Elenice Borges: “O papel da mulher negra? Lutar, lutar, lutar, resistir sempre. É um desafio constante...”. A triste constatação da assistente social é um indicador de quanto a civilização moderna tropeça ainda. Não haveria necessidade de “igualdade de direitos” se em vez de tantas atitudes separatistas, houvesse uma consciência plena de amor entre os humanos. Enquanto isso não acontecer, estaremos à mercê de atrocidades sociais, incompatíveis com a nossa evolução.
Agora é a vez dos cães entrarem em cena no Caderno Z. Afinal, 2018 é o ano do cão, segundo o horóscopo chinês, e o que seria de nós sem esses amigos de todas as horas? Garanto que se Ana Borges entrevistasse a minha Nara Leão, não sobraria nem o bloco de anotações. Mas agora já estou conformada, pois aprendi que é normal que eles destruam tudo, pois isso “está na genética”. A entrevista com um cão imaginário trouxe luz para ampliar nosso amor - “Dormir de barriga pra cima, perseguir o rabo, ficar com o pelo arrepiado” são práticas rotineiras e apaixonantes.
Festejar o Dia Mundial do Gato – último dia 17 - no Caderno Z, é sinal de que não poderíamos estar em melhor embarcação. Acredito que os leitores também estejam assim, como eu, fascinados com o maravilhoso perfil desses bichanos peludos. Se alguém ainda tiver a crendice de que encontrar com gato preto dá azar, pode se livrar desse peso do senso comum, porque esses queridos nos dão é muita sorte. Alguém, por exemplo, sabia que os gatos são super sensíveis às vibrações e que eles são capazes de detectar um tremor de terra cerca de dez a 15 minutos antes de um ser humano?
“Na cadência bonita da natureza” embarcamos na plataforma “Z” com opções de roteiro “para quem quer distância da folia”. A bela foto de capa, na escalada do Cão Sentado, é de impressionar. Só de ver me dá frio nas costelas. Conhecer a pousada Morgenlicht, em Bom Jardim, pelas narrativas inspiradoras de Ana Borges, é como estar lá, desfrutando do ambiente harmonioso. A leitura da matéria, por si só, nos transmite “o espírito da aurora de um novo dia”, esse renovar que tanto buscamos para o equilíbrio da existência. Na “Terra dos Magos”, em Lumiar, a sensação não é diferente.
“É com esse que eu vou” convidar os leitores para embarcarmos na plataforma “Z”. O convite começa no “Abre alas” de Chiquinha Gonzaga e vem de encontro ao carnaval friburguense. É inegável a magia que as folias de momo têm para sobreviverem às transformações dos tempos, dando espaço para as inovações sem, contudo, perderem os elos com o passado. Qual criança não teria tido ao menos um saquinho de confete ou que não tenha feito um tambor de uma lata de leite em pó? A fantasia é uma roupagem que se veste desde a infância, porque a vida precisa dos adereços da ilusão.
Antes de me embrenhar na magia do Caderno Z, preciso agradecer ao jornal o prestígio de ocupar um espaço nas edições das terças-feiras. São quatro anos de turismo universal, pois a primeira viagem foi publicada em 29 de janeiro de 2014. Agradeço a diretora Adriana Ventura e a toda equipe do jornal pela confiança e também aos leitores que amam viajar conosco. E tudo aconteceu como “num passe de mágica”. De repente, virei colunista de A VOZ DA SERRA, o que muito me honra.