Caros amigos, Pentecostes é a festa da Igreja, que é enviada ao mundo para evangelizar. Aqueles discípulos e discípulas acuados e medrosos só precisavam do impulso do Espírito Santo para que tudo aquilo que “tinham visto e ouvido” (Cfr. At 4, 20) fosse colocado em ação.
A Voz do Pastor
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A vida das pessoas já foi muito mais difícil nos tempos da vovó. O tratamento dos dentes era realizado com aparelhagem que nem chega aos pés das atuais. Vacinas eram coisas para o futuro. Exames de laboratório eram caros e demorados, sendo que nem todas as cidades tinham laboratório, apenas as maiores. Muitos friburguenses hoje com mais de sessenta anos com certeza tiveram que viajar para o Rio ou Niterói a fim de realizar algum tipo de exame.
Caros amigos, vivemos em uma tradição de instituições, que por meio de sua credibilidade e comprovada estabilidade, marcaram o caminho da sociedade atual. É comum, inclusive, esquecer dos indivíduos e lembrar das instituições como agentes da história.
O dom da vida
Caros irmãos, vivemos em tempos sombrios no que diz respeito à defesa da vida, desde o seu primeiro momento até seu fim natural. Sinais como o aborto, a eutanásia, o suicídio, as armas químicas e a ameaça de uma guerra nuclear são algumas das notícias que lemos nos jornais nos últimos meses. Também encontramos, nestas mesmas mídias, opiniões e argumentos contra e a favor em relação a todas estas práticas. Alguns dizem, inclusive, que a fé é a única voz impostada contra tais atrocidades.
Caros amigos, Nova Friburgo completou 199 anos de fundação na terça-feira, 16, data própria para comemorar e recordar a história desta bela cidade. No espírito de Jesus Cristo, podemos traduzir esta comemoração/recordação em louvor e agradecimento a Deus, mas também em reflexão e conversão. Este é o modo de um sadio progresso, tanto no âmbito pessoal, quanto no comunitário.
Caros amigos, nossa sociedade não pode fechar os olhos diante da insegurança na qual vivemos. As portas trancadas, as grades e os sistemas de segurança são símbolos de nosso tempo. Eles prometem proteção, mas contra quem? Não estamos em guerra e nem vivemos nos tempos bárbaros onde povos desconhecidos sempre perigavam aparecer e tomar as antigas cidades fortificadas. O inimigo parece morar ao lado: assaltantes, arrastões, terroristas, entre outros. Os nomes são diferentes, mas a realidade é a mesma.
Caros amigos, o Tempo Pascal recorda-nos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, sem o qual “seria vã a nossa pregação e vã a nossa fé” (1Cor 15, 14). De fato, a Ressurreição de Cristo é a maior de todas as obras da nossa salvação, como canta solene proclamação da Páscoa: “Ó Deus, quão estupenda caridade vemos no vosso gesto fulgurar, não hesitais em dar o próprio Filho para a culpa dos servos resgatar”, e afirma o Evangelho de São João: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Caros amigos, há pouco cantávamos o aleluia da Vigília Pascal. E mesmo no período quaresmal esta alegria não se afastou dos nossos corações, mas se consolidava pela oração, pelo jejum e pela perseverança nas boas-obras. Por isso, o cântico novo que entoamos foi um transbordamento de alegria.
Passadas estas celebrações, precisamos assumir a alegria da ressurreição! Não como algo já conquistado, mas como uma meta, tanto mais elevada, quanto mais limpo se tornou nosso olhar de fé, esperança e caridade, lavados pelo sangue do Cordeiro. Pensemos nisto!
Caros amigos, o horror de uma guerra total volta e meia bate à porta da história da humanidade como um fantasma, que desmascara a utopia iluminista do “mundo maravilhoso da ciência e da razão”. Entretanto, a Igreja de Cristo continua levando sua mensagem de esperança e salvação “sobre os telhados” do mundo, muitas vezes em ambientes céticos e hostis. E isto porque Cristo Ressuscitou! Aleluia!
Diante do reconhecimento sincero de que precisamos de um Salvador, a fé nos apresenta Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, como único Salvador da humanidade.
Caros amigos, a Semana Santa nos faz reviver os passos salvadores do Senhor Jesus e, de algum modo, recorda-nos muitos momentos de nossas vidas: dores, injustiças, traições, covardias, solidão, esperas, superações, vitórias. Todas as misérias e as conquistas humanas se levantam diante de Jesus Ressuscitado, juiz dos vivos e dos mortos. Ele as aceitou em Sua Encarnação e, agora, em Sua Paixão, Morte e Ressurreição, lhes dá pleno sentido.