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Nove anos da tragédia
Nove anos da tragédia
Uns dirão que foi no dia 11 de janeiro de 2011, outros no dia 12, por conta dos incidentes terem ocorrido na madrugada do dia 12, ainda que as chuvas tenham se iniciado na noite de 11. Ou seja, os dias 11 e 12 de janeiro de 2011 ficarão para sempre marcados na história de Nova Friburgo.
Perdas irreparáveis, recomeços urgentes
Centenas de vidas foram ceifadas, patrimônios de trabalho de uma vida inteira perdidos. Os traumas permanecem latentes nas cicatrizes de nossos morros e no subconsciente de nossas memórias.
Década perdida
Passados nove anos de uma década que começou com uma tragédia, vale a reflexão do rumo que tomamos. Nova Friburgo empobreceu, todos os seus índices caíram ou na melhor das hipóteses apenas voltaram aos patamares de 2010. Não é nenhuma ousadia dizer que foram nove anos perdidos de uma década que caminha para ser denominada como a década perdida.
Exemplos não seguidos
Países como Japão e Alemanha ou cidades como Blumenau são exemplos de lugares que se se reinventaram após sofrerem tragédias climáticas. Nova Friburgo não. Nossa cidade não só deixou de avançar, como retrocedeu. Para além da autoestima destruída e até hoje não reestabelecida, a falta de credibilidade é peso que adormece os potenciais incríveis que Nova Friburgo possui.
Planejamento
Sem planos estratégicos, sem saber para onde vai, qualquer lugar vai servindo. Que os dez anos do evento climático possa acender uma esperança de dias melhores e de preparo para não ficar se auto enganando com promessas falsas que acabam por se configurarem como verdadeiro estelionato de ideias.
Estudos
Assim, se torna crucial a revisão e atualização do Plano de Micro e Macrodrenagem de 2007 feito pela USP. Ainda que feito antes da tragédia, várias obras ali são colocadas para resolver problemas históricos como do entorno da Praça Getúlio Vargas, especialmente, da Rua Farinha Filho.
Prevenção
Passados nove anos, também fica o que aprendemos e carregamos até hoje. O sentimento de prevenção vai ficando esquecido pouco a pouco. Assim, como o planejamento de respostas rápidas, como um plano de contigência que deveria ser exigência todos os anos. Cuidar do meio ambiente também é compromisso que não pode ser negligenciado.
Lembranças
Símbolo de renascimento da cidade, quando em 2011 conquistou o acesso para a primeira divisão, quase uma década depois o Friburguense não teve a mesma sorte, tampouco a mesma mídia da época. Notícia nos principais jornais do país, incluindo extensa matéria no Jornal Nacional da Globo, o futebol foi naquele momento o resgate de autoestima.
Sem gols
Vamos ao presente: com um ponto marcado, mas ainda sem ter balançado as redes, o sonho de voltar à elite do futebol carioca acabou cedo. Mas o Friburguense cumpre tabela amanhã, 11, diante do Americano. O que não acabou é o sonho de encurtar o caminho para voltar a jogar com os grandes.
Americano perto da vaga
Se o jogo com o Americano serve apenas como amistoso de luxo para o Friburguense, para os campistas vale e muito. O time depende apenas de si para se juntar à Portuguesa e garantir vaga na fase principal. Vencendo se classifica. Em caso de empate tem que torcer para que América e Macaé não vençam Nova Iguaçu e Portuguesa, respectivamente. Em caso de derrota, o Americano precisa torcer para que o Macaé perca e o América empate, já que o time de Campos tem a vantagem nos critérios de desempate.
Preparação
Se os pontos somados nessa fase não são levados para o chamado grupo X que reunirá os quatro eliminados – dois já estão definidos (Friburguense e Nova Iguaçu) – a colocação define a tabela que já está formatada. Todos jogam três partidas em casa e três fora. Mas a sequência muda, de acordo com a posição na seletiva.
Apenas um
A que mais pontuar entre as quatro se classifica para a seletiva de 2021 que classificará apenas um time para a fase principal do ano que vem. Os três que não conseguirem, zeram seus pontos e formam um novo grupo. Mais uma vez, jogos de ida e volta. O time que menos somar pontos entre os três, cai para a segundona deste ano mesmo, prevista para iniciar em maio. Os outros dois vão para a seletiva do ano que vem.
Consertar a casa
Os jogos que salvarão uma equipe para a seletiva do ano que vem começam no próximo dia 18 e vão até 19 de fevereiro, com a maioria das partidas aos sábados. Das seis rodadas, apenas duas serão no meio de semana.
Nova Iguaçu ou América
Na atual situação, o Friburguense estrearia, em casa, diante do Nova Iguaçu, podendo inverter o mando de campo, caso o Friburguense derrote o Americano e o Nova Iguaçu perca para o América. Se o América perder para o Nova Iguaçu, aí o adversário da estreia será o próprio América, inevitavelmente, em Nova Friburgo.
O que é melhor?
Pela tabela, quase melhor ser o 6º do 5º. O último colocado joga a sequência em casa, fora, casa, fora, casa e fora. Ou seja, sempre uma em casa e outra fora. Já o 5º faz a sequência fora, casa, casa, casa, fora e fora. Joga, portanto, três seguidas em casa e faz as duas últimas fora de seus domínios. O Friburguense não tem chances de terminar em outra posição que se não essa duas. Fato que confirma que a última rodada será fora de Nova Friburgo.
Palavreando
“Entre as montanhas, no meio do vale, minha cidade dorme com gana de renascer e de se reinventar. Pouco a pouco, a noite cai, o frio desce e a brisa escapa pelas portas e janelas entreabertas convidando todos a sonhar. O sonho garante que Nova Friburgo é uma cidade que cresce para o céu. Do lado de fora não há como ver, ouvir ou sentir o mar, minha cidade não tem mar, mas tem o luar mais lindo que qualquer outro lugar.”
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
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