Colunas
1º Congresso das Academias de Letras do Estado do Rio
Sra. Presidente da Academia Niteroiense de Letras, Márcia Maria de
Jesus Pessanha.
Sr. Presidente da FALERJ, Sr. Waldenir de Bragança
Srs. Presidentes e Acadêmicos das Academias de Letras do Estado do
Rio de Janeiro
Bom dia a todos.
É com imensa alegria que recebemos os presidentes e representantes
das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro, durante o Primeiro
Congresso das Academias de Letras e da V Jornada Sociocultural
Comemorativa do Dia Nacional da Cultura e da Língua Portuguesa no Brasil.
Estes eventos vão enaltecer os valores e as funções das Academias de Letras,
cujo preceito maior está na preservação da Língua Portuguesa e nas formas
literárias do seu emprego, oferecendo suporte e incentivo aos escritores,
fomento à leitura e promoção cultural do lugar, onde se encontram
estabelecidas. Além do que precisam contribuir para a preservação da
memória histórica das cidades, dos estados e do Brasil.
As Academias de Letras, sempre sensíveis às tendências literárias do
momento, em todos os tempos, abrem suas portas aos novos movimentos
literários, valorizando escritores brasileiros, mas, principalmente, os regionais,
guardando e divulgando suas obras. Nossas terras são férteis em gestar pessoas
sensíveis e criativas, capazes de expressar, através das palavras, o mais
profundo da alma brasileira.
Isso nos leva a pensar na grandiosidade da interação de escritores, na
convivência das gerações mais novas com as mais velhas, explorando, ao
máximo, as possibilidades de compartilhamento de ideias, dos processos de
produção criativa da escrita, das tendências dos gêneros literários e,
principalmente, no papel das Academias de Letras no crescimento cultural das
regiões. O Brasil, a todo o momento, necessita da produção literária, enquanto
registro histórico e revelação dos modos de ser brasileiro que vai se
transformando com o passar do tempo.
Assim, esperamos que as histórias das cidades possam se entrelaçar cada
vez mais com as das Academias de Letras. O que nos permite concluir que o
Brasil, e, agora, enfatizando o Estado do Rio de Janeiro, é um país multicultural,
carregado de arte. Seu povo tem genuína riqueza literária.
As Academias de Letras são entidades culturais e assim devem ser
consideradas. Neste tocante, aqui, em Nova Friburgo, muitas pessoas referem-se
à Academia Friburguense de Letras, como “a nossa Academia”. A nossa Casa de
Salusse, como todas as demais, estabelece suas finalidades em acordo com a
Academia Brasileira de Letras, que, por sua vez, segue os preceitos da Academia
Francesa, fundada por Richelieu, em 1635. Portanto, realiza concursos literários,
palestras e seminários, cursos e oficinas, apresentação de filmes e saraus,
lançamento de livros e leituras compartilhadas, cujas atividades são a
concretização das finalidades acadêmicas.
Não posso deixar de evidenciar, com muito orgulho, a criação do Anexo
Jovem, no ano de 2017, composto por escritores de 16 a 30 anos. Foi uma
iniciativa que reúne jovens poetas e prosadores, que empregam palavras
promissoras em seus livros. Cada um preserva estilo literário próprio e demonstra,
acima de tudo, a vontade de aprimorar a capacidade de produzir textos relevantes
e com beleza literária, de ter para com as palavras o cuidado dos rendeiros. Um
ano depois, hoje, nosso Anexo possui atividade própria e, ainda neste ano, no
final de novembro, vai realizar uma feira de livros usados.
As Academias de Letras, de um modo geral, são instituições sem fins
lucrativos e contam com o trabalho voluntário dos seus diretores e membros. Para
alcançar seus objetivos precisam do apoio das instituições públicas e particulares
da cidade, não somente em termos de presença e valorização, mas também
através de recursos financeiros e materiais.
Enfim, as trajetórias das Academias de Letras podem oferecer importantes
contribuições às cidades, aos estados e ao país, em várias áreas culturais,
entretanto, as principais são o fomento às expressões literárias, a preservação
dos valores humanos e a valorização do cidadão brasileiro. Este congresso vai
oferecer aos acadêmicos, aqui presentes, a oportunidade de compartilhar suas
realidades, em suas dificuldades e possibilidades, o que fortalecerá o sentimento
de valorização dos esforços empreendidos e a esperança de engrandecer nossas
Casas.
Termino esta fala com o nosso sempre presente escritor, Fernando Pessoa:
“Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria
história. É saber falar de si mesmo. É não ter medo dos próprios sentimentos.”
P.S.: Este foi o discurso que apresentei na abertura do 1º. Congresso das
Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro, que foi realizado na Câmara
Municipal de Vereadores de Nova Friburgo, em 10 de novembro de 2018
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário