Colunas
Brasileiro é sempre o outro
Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.
Hoje é dia
- Da infância
- Dos artistas
O dia
Em 24 de agosto de 1954, por volta das 8h30, o então presidente da República Getúlio Vargas matou-se com um tiro no peito em seu quarto no Palácio do Catete, sede do governo federal, no Rio de Janeiro.
Palavreando
“A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados”
(Leonel Brizola)
Observando
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Brasileiro é sempre o outro
Pode reparar, eu faço isso, você provavelmente também. É um hábito, mas não é apenas isso. Se falamos mal do país e citamos a população, nunca estamos incluídos, o brasileiro é sempre o outro, (o friburguense também).
O brasileiro é quem não sabe votar, o brasileiro é quem adora um jeitinho para tudo, o brasileiro não tem educação, o brasileiro é malandro e preguiçoso, o brasileiro não tem jeito, né? E quem é mesmo o brasileiro?
Normalmente quando falamos isso, é porque nos opomos a algo, mas se coletivizamos a culpa, como podemos individualizar nossa postura dita correta? Faz sentido? Nesse movimento naturalizamos um espírito de nação que não tem solução, e ao nos distanciar criamos uma sensação de que o conjunto da coisa toda é algo que nos foge.
Fazemos isso, de certa forma, para justificar nossa impossibilidade de interferência nos processos destrutivos, mas não somos incapazes. Somos parte do todo, e devemos fazer a nossa parte.
É urgente tirar das sombras e expor as condutas diárias silenciadas pela justificativa de que ‘no Brasil é assim’. Vamos à um exemplo, culpamos a corrupção dos políticos, e justificamos, muitas vezes, a sonegação de impostos por essa via. No fim, a sonegação de impostos gera ao país um rombo sete vezes maior do que a corrupção de governos.
O custo anual médio da corrupção no Brasil, em valores de 2013, corresponde a R$ 67 bilhões anuais, no outro lado da mesma moeda, deixa-se de recolher R$ 500 bilhões por ano aos cofres públicos no país, devido as práticas de sonegação.
Antes de eleitos, não seriam os governantes corruptos cidadãos sonegadores? Em democracias mais consolidadas do que a nossa, já não se discute mais sobre honestidade política, isso é ponto de partida para todos. No campo das oposições, nos Estados Unidos, não se fala sobre desvios de verba pública feitos por Bush ou Obama.
Mas também não se poupa ninguém, figuras públicas são expostas, condenadas e até presas, como ocorreu com o ator Wesley Snipes que cumpriu dois anos de reclusão devido ao não pagamento de impostos. Sua dívida com a receita dos Estados Unidos era de US$ 38 milhões, acumulados entre 1999 e 2004. Outros nomes conhecidos como Al Pacino, Pamela Anderson, Nicolas Cage, Martin Scorsese, só para citar alguns, também tiveram que colocar as contas em dia com a sociedade norte-americana por sonegação de imposto.
Aqui deixamos que o governo perdoe uma dívida milionária do Neymar por sonegação. E por que fazemos isso num silêncio coletivo? Porque no íntimo do imaginário popular brasileiro, foi acordado que pagamos impostos demais e os políticos são corruptos demais. Agora, quem nasceu primeiro, o político corrupto ou o cidadão sonegador?
O brasileiro é sempre o outro, mas para o outro, o brasileiro é sempre você. Já passou da hora de assumir que somos todos brasileiros, e que o problema é nosso.
Medicamento para epilepsia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova opção terapêutica para o tratamento da epilepsia. O produto é o Levetiracetam, medicamento genérico que será comercializado em solução oral. Segundo a agência, o remédio é indicado como monoterapia para o tratamento de crises parciais, com ou sem generalização secundária, em pacientes a partir dos 16 anos com diagnóstico recente de epilepsia. O medicamento também é indicado como terapia complementar no tratamento de crises parciais em adultos, crianças e bebês a partir de um mês de vida e está autorizado para uso durante crises mioclônicas (espasmos rápidos e repentinos) em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos.
Unicef (1)
Ao divulgar uma pauta de desafios e ações consideradas necessárias para obter avanços em áreas como saúde, educação e segurança, a Unicef defendeu que os direitos das crianças e dos adolescentes precisam ocupar um espaço prioritário nas eleições de 2018, um documento foi enviado para todos os candidatos à presidência da República com as prioridades em destaque. O fundo também buscará encontrar os políticos para tratar das propostas.
Unicef (2)
Em um segundo momento, o mesmo deve ser feito com os candidatos aos governos estaduais e do Distrito Federal. A Unicef avalia que o país teve muitos avanços nos últimos anos, mas vive um cenário em que é preciso impedir retrocessos e responder a problemas que vêm se agravando, como a violência e a obesidade infantil. O combate a desigualdade é outra preocupação que consta no documento. Entre os problemas enumerados, destacam que a pobreza ainda é uma realidade para 61% das crianças e adolescentes do Brasil.
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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