A Endocrinologia de Friburgo está de luto

terça-feira, 12 de junho de 2018

A coluna desta semana é um misto de tristeza e agradecimento. Os endocrinologistas de Nova Friburgo estão de luto com a morte de um de seus membros mais queridos do ramo: a dra. Joseli Siqueira, que nos deixou na última quinta feira, 7. Após quase um mês de batalha pela vida, num CTI, Joseli entregou sua alma a Deus e partiu, deixando órfãos seus filhos, familiares e amigos.

Estou triste porque perdi uma colega de quase 40 anos de convívio, inclusive tendo dividido com ela, juntamente com Max Künzel, um consultório no shopping de Olaria. Triste por ter perdido minha médica, com a qual me tratava lá se vão dez anos. Aliás, entre nós, médicos, podemos dizer sem medo de errar, meu/minha médico, o que não se aplica mais aos planos de saúde, onde o doutor é médico do plano. Triste por ter consciência de não poder mais usufruir em congressos, palestras e encontros da especialidade, da companhia, das risadas gostosas, do papo descontraído, saboreando um chopp bem gelado, de uma pessoa que marcou sua presença até o fim.

Em nossa última reunião, no restaurante Malagueta, já de cirurgia marcada, estava apreensiva, mas com pensamento positivo de que venceria mais uma etapa de sua vida. Quis o destino que o tumor em um dos pulmões, apesar de maligno, não interromperia de maneira tão brutal a sua existência. Complicações advindas de uma hemorragia por úlcera causada por estresse puseram fim a tudo, após 30 longos dias de batalha pela vida.

Mas, me sinto grato, e creio que todos do grupo da endócrino também tenham essa sensação, por ter tido uma amiga, uma colega da envergadura que foi Joseli. Como não somos senhores da verdade, muitas vezes liguei para ela para discutir sobre a melhor conduta a seguir no tratamento de um paciente. Sempre solícita jamais se negou a dar sua opinião. Agradecido por ter convivido com uma colega sempre de bem com a vida e que transmitia otimismo a todos do grupo.

Pontual, sempre foi a primeira a chegar aos nossos encontros, seja na Sociedade Médica, seja nas palestras promovidas pelos vários laboratórios da indústria farmacêutica, que produzem medicamentos para a especialidade. Nosso grupo está enlutado, mas a união de todos será uma maneira de manter viva a sua memória e prestar uma homenagem a ela, toda vez que nos encontrarmos.

Aliás, esse grupo é fantástico, sendo Joseli uma de suas mentoras, e seu sucesso fez com que outras especialidades seguissem nosso exemplo. Isso é ótimo, pois engrandece a medicina da cidade, beneficiando os pacientes que passam a contar com médicos sempre atualizados.

Amanhã, 13, quando será celebrada a missa de sétimo dia de nossa colega, seria, também, o dia de nossa reunião. Só que ela não será científica, pois não haveria clima. Vamos homenageá-la, tomando um chopinho, pois era uma coisa que ela gostava muito de fazer com os amigos em geral e com o grupo em particular.

Joseli, que Deus te receba de braços abertos. Descanse em paz e olhe por nós.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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