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Cumpriu-se a lei, Luís Inácio está preso
Apesar de ser uma fato com grande apelo jornalístico, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, no último dia 7, não me atraiu muito; o mais importante era enaltecer a conquista do campeonato estadual pelo Botafogo. Por esse motivo, nenhuma linha, semana passada, sobre outro assunto, já que campeonatos não se conquistam todos os dias e óperas bufas é o que mais vemos em cartaz, no Brasil de hoje.
Na visão dos petistas e partidos de esquerda, mais um golpe das elites foi perpetrado contra as classes menos favorecidas, já que os “ricos” detestam a população pobre, de pouca cultura e em alguns casos, analfabeta ou semianalfabeta. Como se o ex-presidente fosse algum pobretão, apesar de já ter declarado várias vezes, não ser adepto da leitura e, portanto, não poder jamais ser enquadrado no rol dos estadistas.
No entanto, ao contrário do que propalavam aos quatro ventos, senadores do porte de Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, não correu sangue, nem a população afluiu em massa, aos arredores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na proporção que Luís Inácio e seus adeptos imaginavam. Nos áureos tempos de reinado do PT, seja com Lula, seja com Dilma, a concentração era bem mais densa. Talvez, mesmo os mais humildes tenham, finalmente, acordado e compreendido o quão enganados foram e como o país regrediu financeiramente, chegando, ao final do governo Dilma, com 13 milhões de desempregados. Isso sem falar na perda de credibilidade e dar o testemunho de ser um dos países mais corruptos do mundo.
Só cegos, surdos e teimosos de carteirinha insistem em defender o PT e não reconhecem o mar de lama que tomou conta do país de norte a sul e de leste a oeste. Mas, o que mais me chamou a atenção foi o descaso tanto do ex-presidente como dos seus seguidores, com a segurança das pessoas. Até o último instante, esses aloprados acreditaram numa invasão do sindicato tanto pela Polícia Federal como pela Polícia Militar de São Paulo, para consumar a ordem de prisão. Isso provocaria o caos total, com consequências imprevisíveis.
Mas, já pensaram na exploração política de possíveis mortos e feridos, pelo próprio PT e os partidos de esquerda? Para esse segmento, os fins sempre justificarão os meios, mesmo que a história mostre que a consolidação das esquerdas no poder, sempre se deu com banho de sangue. E quanto mais, melhor.
Na realidade, assistimos a uma verdadeira ópera bufa, em que entre seus atores estavam senadores a pregar a violência, a conclamarem o povo a resistir esquecendo que como homens públicos, deveriam zelar pela segurança de todos, principalmente dos incautos que os elegeram. Aliás, é urgente que se diga ao senador Lindbergh que seus dias de líder estudantil da UNE ficaram no passado. De um homem público exige-se moderação, ética e educação. Protestar de modo civilizado e não de modo violento, é o que se espera de pessoas equilibradas e bem preparadas. O pior que tanto ele quanto a senadora Gleisi são investigados pela operação Lava-Jato.
Luís Inácio só abandonou seu rompante final, quando foi informado de que se fosse declarada sua prisão à revelia, as consequências seriam muito piores. Com ela, o condenado perde o direito aos infindáveis caminhos tortuosos que o judiciário contempla aqueles que têm dinheiro para pagar advogados a peso de ouro. Apesar de ao longo daquele dia ter criticado a postura da Polícia Federal e do juiz Sérgio Moro, tiro o meu chapéu para eles, pois foram muito mais sagazes e prudentes do que esse bando de irresponsáveis que um dia ditaram os destinos do Brasil.
Lugar de corrupto é na cadeia, pois não existe distinção entre crimes. O homicida pode acabar com uma vida, ao apertar o gatilho de uma arma; o político, o empresário, e outros podem matar muito mais, pois dinheiro desviado significa encolhimento de verbas para a saúde, a educação e a segurança pública.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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