Fluminense é o campeão da Taça Rio

quinta-feira, 29 de março de 2018

Num jogo de bom nível técnico no último domingo, 25, disputado lealmente, pois poucas foram as faltas cometidas por ambas as equipes, no decorrer da partida, e com muitos gols, a equipe do Fluminense conquistou merecidamente o título da Taça Rio. O placar de 3 a 0 em cima do Botafogo, não deixa margens a dúvidas; o tricolor das Laranjeiras foi superior e venceu o melhor em campo.

Pena que o público pagante deixou a desejar uma vez que pouco mais de 28 mil pessoas pagaram ingressos para assistir a uma disputa de título. Tudo bem que o campeonato do Rio de Janeiro há muito deixa a desejar, com equipes de pequeno porte medíocres, um regulamento esdrúxulo e um planejamento de quinta categoria. Mas era um jogo disputado por duas equipes tradicionais da cidade do Rio de Janeiro e com vários títulos em suas gloriosas histórias. Portanto, merecedoras de estádio cheio.

Se compararmos o público pagante do Rio de Janeiro com outros campeonatos estaduais, veremos estarrecidos que a média de torcedores por partida, mesmo incluindo os grandes da cidade, se equipara ao do campeonato de Pernambuco, ficando muito aquém do de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. Várias são as explicações para esse fato, mas a disparidade de forças e de investimento entre grandes e pequenos, o que acarreta partidas sem atrativos, pode ser uma das razões para tal fenômeno.

Além disso, a pré-temporada, em função de um número muito grande de jogos passa para 15 dias, ao contrário dos 30 desejáveis, o que nivela por baixo todos os times, sejam grandes ou pequenos. Sem falar na fórmula de disputa. Em anos anteriores, tínhamos as mesmas taças Guanabara e Rio, mas com um diferencial. Se uma das equipes conquistasse ambas, seria de imediato declarada campeã do estado. No caso de dois campeões distintos, o vencedor sairia ao final de dois jogos, entre o campeão da Taça Guanabara e da Taça Rio.

Com o intuito de arrecadar mais, acrescentaram duas equipes com maior número de pontos, quer não as campeãs, e teremos mais quatro jogos, dois das semifinais e mais dois reservados às finais. Ontem, 28, à noite jogaram Flamengo X Botafogo e hoje, 29, se enfrentam Fluminense X Vasco da Gama, dessa vez a vantagem do empate ficando com o tricolor. Os vencedores disputam a final, nos dias 1º e 8 de abril. Mas, ao contrário do esperado, a arrecadação caiu.

Outro disparate desse torneio estadual são os horários e dias de jogos. Na época em que o futebol era tratado com seriedade por aqui, jogava-se às quartas, sábados e domingos. Jogos às 17h, aos domingos, 21h às quartas-feiras e aos sábados, bem que podia ser às 18h ou 21h. Agora, temos jogos às terças, quintas, sábados e domingos, em pleno verão, às vezes com início às 15h30, quando o estádio não tem refletores, às 16h e às 21h45. Esse horário para não atrapalhar a novela da Globo. Se o público não aguenta o calor, imagina os jogadores que têm de correr os 90 minutos de jogo, em plenas tardes de verão, com o sol em todo o seu esplendor.

Hoje, os grandes clubes da capital, na maioria das vezes pagam para jogar, num campeonato dito profissional. Assim, ou Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco impõem a sua vontade, ou o fracasso será sempre a tônica, com pouco ou nenhum ganho financeiro. Mais uma vez, parabéns ao Fluminense e a sua imensa torcida e que os jogos finais se desenrolem no mesmo clima de cordialidade e disputa sadia, como o de domingo que passou.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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