As novas vozes e cores da AFL

As histórias da cidade de Nova Friburgo e da Academia Friburguense de Letras unem forças e entrelaçam-se desde 1947, quando a Academia foi fundada nos bancos da Praça Presidente Getúlio Vargas e nela, sob as estrelas que brilham sobre os nossos céus, sem lajes e paredes, sobreviveu e se solidificou com os ideais e esforços de todos os acadêmicos que dela fizeram parte.

Há seis anos, aproximadamente, a nossa Casa vem reabrindo suas portas e janelas, deixando os ares do século XXI entrar e adquirindo novas vozes e cores. Chegaram os novos acadêmicos e os jovens escritores, que muito nos orgulham e têm participado da nossa vida, que, a cada dia, está mais intensa e instigante.

Agora estão chegando o jornalista David Massena, os professores de música e artes visuais, Carlos Henrique Abbud e Flávia Gonçalves e o pastor Francisco Amaral. Ambos escritores e romancistas. A Academia está se movimentando em razão da dinâmica dos tempos e adquirindo novas vozes. Está se atualizando. Valorizando ainda mais a produção literária em todas os seus gêneros, promovendo palestras sobre temas relevantes, cursos e Clubes de Leitura.

Estamos mergulhados na era virtual em que o intercâmbio de ideias e informação ganha agilidade inimaginável. É preciso alicerçar o fluxo das mudanças e todos nós, independentemente da idade, precisamos encontrar respaldos que nos amparem; a experiência quotidiana está inserida numa realidade multifacetada e incompleta, que pouco dominamos.  Precisamos do outro para conversar e debater assuntos lidos e experimentados na vida diária para compreendê-los, ampliando os modos de pensar. Enfim, a nossa Casa, a de Julio Salusse, tem oferecido essas oportunidades. A literatura une as pessoas e salva, até por, apenas, apontar que a dor é inerente à vida e que vivemos em imperfeitos processos de construção, transformação e embates.

Hoje, não vemos mais a Academia como um espaço soberbo, onde somente pessoas eminentes possam participar. Não. É um lugar de viventes, sensíveis à arte literária. As novas vozes, nas quais eu tenho o orgulho de me incluir, fazem um coro em busca de harmonia com os novos tempos, sem nos esquecermos da importância do passado para as conquistas atuais.

Entretanto, as responsabilidades acadêmicas que nos cercam nos apontam para que, com toda a abertura e diversificação, a nossa Casa não perca o foco da sua especificidade: a qualidade literária e o nobre sentido de suas atividades; o que nos coloca diante dos valores humanos.

David, Francisco, Carlos e Flávia, que tenham coragem e sejam bem-vindos!