Agatha Christie, uma interessante companheira

segunda-feira, 08 de janeiro de 2018

Márcia Lobosco ao se referir à obra de Agatha Christie, imediatamente me reportei aos tempos adolescentes quando comecei a ir em livrarias e escolher livros; depois de colocá-los nas mãos, li algumas de suas histórias. Era o passatempo dos momentos em que ficava no quarto sem ter o que fazer; Agatha me fora uma agradável companheira de cabeceira. Quando iniciava a leitura, a história me pegava de cheio; eu lia sem querer parar e deixava de fazer outras coisas por conta do suspense, quer dizer, da vontade de querer entender a trama e desvendar seus mistérios. As histórias dela exigem do leitor uma leitura atenta desde a primeira linha.

Eu tinha, e ainda tenho, uma amiga inseparável e com ela trocava livros. Acho que foi aí que senti como era bom compartilhar a leitura. Por isso, valorizo tanto o Clube do Livro, que nos permite de ler em conjunto, debater e refletir a respeito.

Agatha e seus personagens me foram presentes nos primeiros anos meus de juventude, há mais de cinquenta anos, quando a vida para mim estava carregada de mistérios e tinha que desvendar um a um. Talvez por isso, não me lembre claramente de todas as suas histórias. Mas guardo Hercule Poirot e Miss Marple como inesquecíveis detetives.

A Dama do Império Britânico escreveu mais de sessenta livros policiais, dentre outros, em sua vida. Entrou para o Guinness pela venda dos seus livros, consequência de uma criatividade abundante que deveria fervilhar em todo o seu interior e redor. Aliás os ingleses são férteis no universo literário, como Conan Doyle que criou o fascinante Sherlock Holmes.

A minha amiga escritora inglesa amava a vida e, por isso, penso eu, combatia quem a ameaçava e, daí, surgiu em seu imaginário o suspense policial. Segundo ela, a vida tem que seguir em frente, “é uma rua de sentido único”.  

Hercule Poirot, um detetive extravagante, elegante e metódico, foi um personagem bem delineado. Quando o lemos, o percebemos com nitidez. Aliás todos os seus personagens receberam o cuidado descritivo da autora. Ler Agatha Christie é um aprendizado.

Provavelmente, para construir esse personagem tão conhecedor da natureza humana, tenha sido influenciada pelo filósofo Francis Bacon, também inglês. Através do seu método indutivo de esclarecer crimes, vasculhava todas as particularidades das circunstâncias ambientais e pessoais dos elementos envolvidos na trama. Era uma excelente escritora detalhista.

Agora mesmo, neste domingo sem graça e meio chuvoso, estou mergulhada no livro Assassinato no Expresso Oriente. Como antes, já estou grudada no texto.

Obrigada, Márcia, pela dica!

 

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Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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