Colunas
4º. Concurso Literário Nacional Júlio Salusse
No final do ano passado, eu havia escrito a respeito do significado de um
concurso literário para aquele que participa. Durante a elaboração da coluna, a
cada linha, fui refletindo sobre o processo de construção de um texto para
concurso e, mais uma vez, constatei, até em razão da minha própria
experiência, que são momentos carregados de expectativas e inseguranças. É
uma época em que a afetividade fica à flor da pele porque escrever um texto
dessa espécie exige apego ao tema, teimosia em reler e reescrever palavras,
frases e parágrafos, no sentido de buscar a melhor expressão, e perseverança
para não desistir ante das dificuldades. Além do mais, escrever com afinco
significa entrar em contato com nossa essência e desvendar os escuros da
alma.
Mas hoje, em 2017, vou abordar o processo pelo qual a Academia
Friburguense de Letras passa para realizar cada um dos seus concursos.
Primeiramente, cumprimos um dos nossos objetivos estatutários que se vincula
às finalidades da Academia Francesa, fundada no século XVII, em Paris. A
seguir, precisamos compor uma equipe que irá coordenar o processo, a
começar pelo planejamento do concurso que envolve regulamento, divulgação,
avaliação dos textos e premiação. Em todas as etapas, esta equipe realizará
um delicado e árduo trabalho, que vai exigir dos seus membros
responsabilidade e respeito para com os esforços empreendidos pelos
participantes.
Um concurso, a nível nacional, como é o nosso, requer um trabalho de
equipe coordenado que perdura por um semestre e nasce em nossas reuniões
de diretoria, quando são traçadas as primeiras ideias. O ponto de partida é o
tema. Neste ano, foi o poema CISNES, do nosso patrono, Júlio Salusse.
Quando retomamos o concurso literário em 2014, fomentado pela querida
acadêmica, Dilva Moraes, decidimos homenagear JG de Araújo Jorge, poeta e
trovador que amou nossa cidade e tomou-a como sua. A partir de então,
decidimos homenagear todos os artistas e literatos que aqui nasceram ou por
aqui passaram. Assim, o segundo, teve Villa-Lobos como tema e o terceiro,
Machado de Assis.
A cada concurso, o número de participantes vem aumentando e as
regiões brasileiras que se fizeram representar também. Neste, houve 240
participantes, oriundos de 22 estados. Estamos, portanto, em estado de graça,
felizes de poder ver os frutos de nosso trabalho, que, a cada edição, nos exige
um trabalho de equipe cada vez mais diversificado e competente.
A quarta edição do Concurso Literário Nacional Júlio Salusse foi resultado
de um dinâmico trabalho de equipe em que a cooperação deu o ritmo de todas
as etapas. Certamente, por isso, superou as nossas expectativas e revelou que
nossos esforços foram bem empreendidos ao longo destes quatro anos.
Por fim, mais uma vez, constato com alegria que, hoje, a Academia
Friburguense de Letras leva o emblema NÓS em sua bandeira. O que é, na
verdade, a nossa maior conquista.
P.S.: A cerimônia de premiação acontecerá de 08 de dezembro, às 19
horas, na Câmara Municipal de Nova Friburgo, à rua farinha Filho,
50. Centro.
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
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