Dai-nos a bênção, ó Mãe querida!

Dai-nos a bênção, ó Mãe querida!

Caros amigos, na próxima quinta-feira, 12, celebraremos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição nas águas do Rio Paraíba do Sul, que nosso povo prontamente nominou de Mãe Aparecida. A solenidade encerrará o importante Ano Mariano que vivemos intensamente em nossa Diocese: milhares de casas, escolas e empresas foram visitadas pela querida imagem da padroeira do Brasil, tão identificada com a história de nossa pátria.

Em sua figura entrecruzam-se as etnias que povoaram nossas terras, mostrando que somos de uma única raça: a raça dos filhos e filhas amados de Deus e de Maria. Sua devoção remonta ao estado do Brasil, que era colônia de Portugal, passando pelo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e pelo Império independente a partir de 1822. Em 1868, a imagem recebeu um manto bordado com 21 brilhantes, representando as 20 províncias do império mais a capital, e, em 1884 ganhou a coroa.

A nobre simplicidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida orna casebres e casarões, atraindo olhares de jovens e idosos e sempre os reconduzindo a Deus por suas mãos postas em oração e seu semblante sereno, que só possui aquele que aprendeu a arte de dizer sim a Deus. Seu silêncio orante recorda o princípio cristão: “Não vos preocupeis com coisa alguma, mas, em toda ocasião, apresentai a Deus os vossos pedidos, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que supera todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fl 4, 6-7). 

De fato, a oração é a marca característica das mensagens da Virgem Maria em suas aparições. E podemos dizer que sua imagem silenciosa e orante, uma vez aparecida nas redes dos pescadores, nunca mais esteve ausente na história de nosso país. Tanto nos momentos de alegria quanto nos de angústia, ela nos convida a dizer sim a Deus. A primeira resposta dos pescadores em 1717 foi a oração. Também nestes tempos conturbados da história política do Brasil, a mãe de Jesus ensina uma efetiva reforma do país de mãos postas em oração a Deus. A oração sincera pode transformar corações: a começar pelo seu! Este é o exemplo que nos dá a padroeira do Brasil: não o desperdicemos!

Dom Edney Gouvêa Mattoso, Bispo Diocesano de Nova Friburgo