Escolhas

sábado, 26 de agosto de 2017

Desde pequeno ouço que a vida é feita de escolhas. Não sei se foi minha mãe, meu pai ou minha avó ou se os três disseram, mas o tal “a vida é feita de escolhas” é ditado de família, nascença, crença. 

Sim! A vida é feita de escolhas. É como escolher a pista da direita ou da esquerda. A da direita leva a um lugar, a esquerda a outro e ainda que ambas levem para a mesma direção, na da direita talvez você chegue mais rápido do que se for pela esquerda e vice-versa. Na da direita o destino pode lhe aplicar uma de suas artimanhas, a da esquerda pode evitar a tragédia pseudo-programada se a pista escolhida fosse outra. 

E você escolhe o tempo todo: a camisa azul em vez da verde, a velha calça jeans mais clara em vez daquela nova calça azul-escuro, o sapato ou a sandália de dedo. Um lhe fará mais leve, outro mais sisudo; um pode fazer mais seu gosto e outro o dos outros. Mas gostos mudam e motivos também. Pela moda do mundo e pelo nosso próprio modo de ver e sentir a vida. O nosso ver sons, escutar olhos, acariciar almas mudam por nossas escolhas de ontem e a pretensão das escolhas de hoje e de amanhã. 

Escolhemos errado pela inexperiência, escolhemos impensadamente pelas paixões, escolhemos certo pelo exemplo alheio, deixamos de escolher por malditos medos e crenças de que não é possível ou que não é a hora certa. Deixar de escolher já é uma escolha!

As escolhas que fazemos é que determinam a nossa jornada, a história que deixamos neste lugar de escolhas esparramadas por todos os lados. É preciso decidir o tempo todo! Parece sério demais, mas rir e chorar é sério mesmo, ainda que as lágrimas e o sorriso sejam resultado justo ou equivocado de nossas escolhas. É cômodo acreditar que a graça não veio para nós por causa dos outros e de questões que aparentemente estão fora de nosso controle. Fato que não temos controle de tudo. Porém, é humano admitir que estudar as circunstâncias nos dão parâmetros para escolher e se responsabilizar por nossas escolhas. Cada um tem suas tragédias, e coisas ruins também acontecem a pessoas que aparentemente fizeram escolhas acertadas.  

Assim, a equação escolha não tem uma fórmula única e o seu resultado não é o mesmo para todos, ainda que se tome o mesmo caminho, ainda que a conta pareça sempre ser a mesma: talento igual tempo vezes experiência ao quadrado sobre ajuda mais companheiros... Não, não é assim! A vida por mais que se calcule pela matemática não é passível de ser colocada no papel como problema a ser resolvido. Ela se articula em movimentos inesperados e o inesperado não é passível de ser balizado. Escolha não é equação!

Escolhemos desde o que vestir àqueles que nos acompanharão e os que não acompanharão. Neste caso, a parte mais difícil: nem sempre nos deixamos ser escolhidos e/ou nem sempre quem escolhemos vem com a gente por mais que se tente e se queria e se dê. Assim como escolhemos, todos os demais que estão à nossa volta, que estão compartilhando esse mundo também escolhem. Não! Não direi que o mundo também escolhe, porque as escolhas do mundo são as somas das escolhas de todos, sem exceção. As pessoas escolhem os passos do mundo. E todos, inevitavelmente todos, são responsáveis.
Não darei conselhos do que escolher. Ser bom ou mau, ter comportamentos para o bem ou para o mal. Ser alternativo ou acompanhar as tendências das ruas. Ser mais um ou ser diferente. Crer e ser espiritualista ou se contentar com as lógicas físicas e existencialistas. Mas seja atento! Observa e age! Até escolha se recolher se assim preferir, mas não deixe de tentar. Minha mãe, meu pai ou minha avó, sei lá, me diziam que conselho se fosse bom não se dava — vendia, mas contrariando eles e o nexo universal, digo: escolham o que quiserem, mas ao escolher qualquer caminho se pergunte: isso me fará feliz? O que me fará mais feliz? 

O único objetivo da vida que é um eterno escolher é ser feliz! Essa é a única escolha que você sempre tem que fazer para qualquer coisa, para tudo!        

 

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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