Poetas e trovadores: flores em forma de poesia

terça-feira, 30 de maio de 2017
Foto de capa

 

Nestes últimos dias de maio, vou referenciar a poesia que brota nas ruas

de Nova Friburgo, fazendo nossa querida cidade ser, de fato, um lugar de

inspiração. Na simplicidade de cada dia, poetas e trovadores, aqueles sujeitos

sujeitados que não se cabem nos próprios gestos e palavras rotineiras, buscam

nas vias que os levam à poesia os meios de uma expressão maior. Não foi à

toa que aqui encontram o seu habitat. Cercados de tantos verdes e vida, ao

abrirem os olhos se veem diante do mais lindo poema. Os trovadores e poetas,

sempre inconformados, se alimentam da magia do universo imaginário. Eles se

fazem em palavras poéticas, derramando sobre o papel revelações quase

secretas. Ah, eles não querem convencer, mesmo sob a fúria das emoções.

Querem, apenas, renascer através da lida poética. Salvam-se a cada poema.

Se a vida lhes traz tristezas reais e pressentidas, eles choram; entretanto, ao

mesmo tempo, conseguem sorrir nas palavras altivas, querentes de felicidade.

Superam-se a cada verso. E, aqui, com o privilégio da bela paisagem, uma

santa guarita no alto da Serra do Mar, encontram um caminho para o céu.

Como bem sabia JG de Araújo Jorge.

O povo de Nova Friburgo tem inteirezas, por isso os poetas que aqui

vivem não são desnutridos de amor, apesar do desassossego que trazem na

bagagem. São pessoas que não têm pobrezas no espírito; sabem expurgar a

timidez e aquecem-se em cada abraço. São acaloradas. Tornam-se

encantadas quando fazem uma trova ou um poema. O que escrevem não é

qualquer coisa. São sonhos. São flores em forma de poesia.

Se em Nova Friburgo o cheiro dos eucaliptos vaga pela cidade como um

patrimônio, as trovas justificam sua existência. O que seria daqui sem os

poetas e trovadores? O que seria dos pinheiros caso não houvesse palavras

que lhes descrevessem para os desconhecidos. Como Friburgo é

desconhecida! Desconhecida até pelas próprias pessoas cá nascidas e que

precisam da poesia para despertarem desse sono letárgico. Vivemos no

cinturão central de uma das maiores biosferas do planeta, a Mata Atlântica, um

lugar precioso, energético. Fascinante.

Em ti, Friburgo, nasci

Para o amor e a poesia.

Em teu seio conheci

Da vida a pura magia

João Costa

Hoje, a poesia está espalhada pela cidade. Nas escolas e nos cafés. Na

Academia de Letras e nas padarias. Nas livrarias e nos rios. Até nas alfaces de

São Lourenço.OS POETAS E OS TROVADORES DE NOVA FRIBURGO FAZEM FLORES

EM FORMA DE POESIA

Nestes últimos dias de maio, vou referenciar a poesia que brota nas ruas

de Nova Friburgo, fazendo nossa querida cidade ser, de fato, um lugar de

inspiração. Na simplicidade de cada dia, poetas e trovadores, aqueles sujeitos

sujeitados que não se cabem nos próprios gestos e palavras rotineiras, buscam

nas vias que os levam à poesia os meios de uma expressão maior. Não foi à

toa que aqui encontram o seu habitat. Cercados de tantos verdes e vida, ao

abrirem os olhos se veem diante do mais lindo poema. Os trovadores e poetas,

sempre inconformados, se alimentam da magia do universo imaginário. Eles se

fazem em palavras poéticas, derramando sobre o papel revelações quase

secretas. Ah, eles não querem convencer, mesmo sob a fúria das emoções.

Querem, apenas, renascer através da lida poética. Salvam-se a cada poema.

Se a vida lhes traz tristezas reais e pressentidas, eles choram; entretanto, ao

mesmo tempo, conseguem sorrir nas palavras altivas, querentes de felicidade.

Superam-se a cada verso. E, aqui, com o privilégio da bela paisagem, uma

santa guarita no alto da Serra do Mar, encontram um caminho para o céu.

Como bem sabia JG de Araújo Jorge.

O povo de Nova Friburgo tem inteirezas, por isso os poetas que aqui

vivem não são desnutridos de amor, apesar do desassossego que trazem na

bagagem. São pessoas que não têm pobrezas no espírito; sabem expurgar a

timidez e aquecem-se em cada abraço. São acaloradas. Tornam-se

encantadas quando fazem uma trova ou um poema. O que escrevem não é

qualquer coisa. São sonhos. São flores em forma de poesia.

Se em Nova Friburgo o cheiro dos eucaliptos vaga pela cidade como um

patrimônio, as trovas justificam sua existência. O que seria daqui sem os

poetas e trovadores? O que seria dos pinheiros caso não houvesse palavras

que lhes descrevessem para os desconhecidos. Como Friburgo é

desconhecida! Desconhecida até pelas próprias pessoas cá nascidas e que

precisam da poesia para despertarem desse sono letárgico. Vivemos no

cinturão central de uma das maiores biosferas do planeta, a Mata Atlântica, um

lugar precioso, energético. Fascinante.

Em ti, Friburgo, nasci

Para o amor e a poesia.

Em teu seio conheci

Da vida a pura magia

João Costa

Hoje, a poesia está espalhada pela cidade. Nas escolas e nos cafés. Na

Academia de Letras e nas padarias. Nas livrarias e nos rios. Até nas alfaces de

São Lourenço.

TAGS: poesia | Jogos Florais
Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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