Colunas
E você, é de rir ou de chorar?
No mundo todo, calcula-se que trezentos milhões de pessoas sofram desta perda de interesse pela vida. Aqui no Brasil, falam em torno de quase doze milhões. A condição financeira do indivíduo, sua formação profissional, se é bem-sucedido na vida ou se é bonito ou feio, local onde mora e até mesmo se vive num país de primeiro mundo ou na mais miserável das nações, nada disso parece importar. Segundo dizem aqueles que estão sofrendo com a doença ou que já conseguiram escapar dela, no início todos querem, de alguma forma, ajudar, mas com o passar dos meses e com o fato do doente não apresentar alguma melhora visível, parece que as pessoas vão se cansando daquela situação, e começam até a evitar sua companhia, pois já não sabem mais o que dizer nem o que fazer para levantar o astral da pessoa e aquela condição do doente sempre de cabeça baixa e queixoso pode ocasionar, em certos momentos, uma reação de irritação nos amigos e familiares.
Podemos encontrar um milionário em plena Europa vivendo em linda mansão ou um mendigo na capital da Índia, jogado na calçada, que seus sofrimentos devem ser muito parecidos. Ter uma boa esposa ou bom marido, uma família amiga, ou não ter nada disso, não parece modificar as coisas. Gente sem fé e sem religião ou gente que vive na igreja e participa intensamente da vida religiosa, padres e pastores, freiras ou missionárias, nada parece servir de garantia contra a doença. Quando ela aparece, ela pega qualquer um deles, e temos muitos exemplos de figuras religiosas bem populares que confessaram ter passado maus momentos. Olhando fotografias antigas observamos que todos se apresentavam de cara fechada, muito sérios. Comparando com fotografias atuais vemos todo mundo rindo, mostrando grande alegria. Será que antigamente todos sofriam de tristeza? E atualmente, será que todos que estão rindo nas fotos estão vendendo felicidade ou todos têm a obrigação de mostrar que são felizes?
Com certeza não é nada disso, são os costumes de cada época. Antigamente se chamava tristeza, melancolia. Hoje falamos uma palavra mais refinada: depressão. Por que isto acontece? Será um problema químico dentro do cérebro, será uma questão filosófica ou espiritual? Ou será uma mistura de tudo isto! Ainda não apareceu ninguém com uma resposta que satisfez a todas estas dúvidas. Tratamentos existem, de todos os tipos. São longos e demorados, resolvem para alguns e não adiantam para outros. Se é difícil viver com a ajuda de especialistas, com certeza é muito pior sem ela.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário