Faz mais de dez anos, se estou certo, que num dia da semana recebi um telefonema do estimado LaErcio Ventura me convidando para levar para as páginas do nosso querido A Voz da Serra os assuntos sobre medicina que eu divulgava, semanalmente, na também friburguense de nascimento, a Nova Radio Friburgo AM, no programa do radialista Pedro Osmar.
A Saúde da Mulher
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
Um fenômeno que tem muitas explicações, mas que causa preocupação principalmente nos países ricos, como os europeus, mas que também acontece em outros com menos riquezas é o da chamada crise da baixa natalidade. Aqui entre nós, há 40 anos passados a média de filhos por cada família era de seis crianças. Hoje é de menos de duas.
A maioria das pessoas talvez nunca tenha ouvido falar neste assunto, mas existe uma doença que pode ser mortal e está ligada a um produto que a maioria conhece e tem na sua casa. Elogiadas como as melhores e mais rápidas de se colocar e também de grande duração, com certeza presentes em pelo menos 50% das moradias de Friburgo.
Ultimamente tem sobrado vacinas nos postos de todo o país. É uma pena que isto aconteça, pois as vacinas sempre foram reconhecidas como um grande avanço da ciência médica e sem sombra de dúvida salvam milhões de vidas mundo afora. Um exemplo recente foi o que ocorreu com a vacinação contra o HPV, vírus silencioso e responsável por milhões de casos de câncer do colo do útero, milhares dos quais levam à morte depois de muito sofrimento.
Muita gente, principalmente aposentados, tem se mudado para nossa cidade em busca de tranquilidade e mais qualidade de vida. É fácil ver isso através de conversas com novas pacientes no consultório e pessoas que atendo nos hospitais. O trânsito, do qual os friburguenses reclamam muito, pelo excesso de carros nas ruas e dificuldades de estacionar, para os que vieram do Rio e de cidades grandes, não é nada perto do que eles enfrentavam antes de mudar para cá, é o que eles dizem.
Os vírus da gripe e do resfriado são nossos velhos conhecidos e costumam aparecer com freqüência por aqui nestes meses frios. Já eram visitantes destas terras desde os tempos da colonização do Morro Queimado pelos suíços, que também devem ter sofrido nas mãos deles. Não tenho conhecimento de alguma estatística daqueles tempos antigos relatando informações a respeito das mortes causadas pelas gripes daqueles tempos, mas devem ter sido muitas principalmente entre crianças, idosos e pessoas enfraquecidas por alguma doença.
Num encontro casual com um velho conhecido, cuja mãe tinha sido minha paciente e já estava há alguns anos sem aparecer no consultório, fui informado que ela havia sofrido uma queda na calçada da rua em que morava, tendo fraturado o quadril e o braço direito. Foi internada para realizar uma cirurgia complicada, principalmente por ser muito idosa. Dias depois telefonei para saber notícias suas e, segundo o filho, tudo correu bem e sua mãe já estava em casa. Comentei também que minha secretária, revendo o prontuário da mãe dele, viu que já fazia cinco anos desde a sua última consulta.
Quarta-feira passada, 21, entramos oficialmente no inverno, apesar de já estarmos passando por um bom tempo frio há muitos dias. Sempre é bom lembrar as pessoas dos problemas que chegam junto com a baixa temperatura. O inverno traz a oportunidade de se poder tomar uma sopa bem quente e saborosa, vestir um agasalho que estava só esperando para sair do armário, tomar um bom aperitivo ou vinho gostoso. Os que gostam podem curtir as festas juninas com seus salgadinhos e doces e pular as fogueiras.
Se não contarmos com o câncer, com todas as suas dezenas de tipos, podemos dizer que as doenças cardíacas são as maiores causadoras de mortes em todo o mundo. Mas existem outras duas que também são extremamente perigosas para o ser humano. São elas a diabetes e a obesidade. Quando se associam pressão alta, obesidade e diabetes, a pessoa estará vivendo num verdadeiro inferno. Sua vida, que será bastante curta segundo as estatísticas mundiais, não vai lhe permitir muitas alegrias e será cheia de restrições.
Mês passado, ao passar visita em pacientes internados num hospital da cidade, encontrei um funcionário do próprio hospital caminhando pelo corredor com ajuda de duas muletas. Parei para cumprimentar o rapaz e perguntar o que se passava com ele. Respondeu que estava sofrendo de fortes dores no quadril, do lado esquerdo, e que os exames mostravam um desgaste no colo do fêmur daquele lado, com certeza causado por uma infecção. Faltava descobrir o agente causador e de onde ele vinha. Desejei melhoras e boa sorte.