No início ele tem cura

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Invisível aos olhos humanos, mas capaz de provocar danos que vão de pequenas lesões na entrada do útero, simples de se tratar, passando por estragos grandes que obrigam a retirada do órgão e até mesmo podendo levar a mulher a morrer das lesões cancerosas que ele causa. Estamos falando do vírus HPV, espalhado por todos os países do mundo e transmitido com muita facilidade através das relações sexuais. Uma ilusão anima, principalmente, as pessoas de menor nível de informação, a de que o uso da camisinha resolve o problema e dá total proteção. Grande engano. O vírus vive em muitas partes do corpo humano e dali pode contaminar quem se aproxima, bastando um mínimo contato. Além do câncer do colo de útero, existe o câncer da garganta, do pênis e do ânus. São lesões que passam de pessoa a pessoa por sexo oral, também por dedos contaminados que podem carregar o vírus de um local para outro.

Calcula-se em cerca de quase vinte mil novos casos de câncer uterino por ano, com um grande número de mortes resultantes de indivíduos que não buscam serviços de saúde em tempo de conseguir a cura, que, como ocorre em outros tipos de câncer, só é possível nas etapas iniciais da doença e não naqueles casos que ela já se espalhou pelo corpo, o que vai levar a uma morte lenta e com grande sofrimento do indivíduo e de sua família. O vírus HPV faz parte de uma família muito grande, acima de cem tipos. Felizmente, a totalidade deles não leva ao surgimento de câncer. Pelas pesquisas médicas, os causadores da doença estão limitados a quatro tipos, contra os quais já se conseguiu produzir uma excelente vacina, cuja aplicação de duas doses, separadas por um período de seis meses, confere a quem as recebe uma imunidade total contra aqueles vírus. Muitas pessoas, tanto homens quanto mulheres, acreditam que não podem se beneficiar da vacina porque já foram infectadas pelo vírus, mas isto não é verdade. Dificilmente uma pessoa consegue ser contaminada pelos quatro tipos do vírus durante a vida. Mesmo que tenha sido atingida por um ou dois deles, a vacina vai proteger contra os outros tipos, por isto ela sempre será útil, mesmo para mulheres e homens com mais idade.

A vacinação pode ser recebida na rede pública para meninas e meninos de 9 a 15 anos de idade. Na rede particular, qualquer pessoa pode solicitar a vacina, exceto em casos de doença grave ou em uso de medicação que retira a imunidade do corpo. A vacina, segundo os especialistas, não causa mal algum a quem a recebe, e seus efeitos colaterais, quando acontecem, são iguais aos das outras vacinas. Estimule seus filhos, com a idade certa, a se vacinarem. 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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