Vender a Cedae é ação de má-fé

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

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  • do empresário de contabilidade

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Em 12 de janeiro de 1991, o presidente americano George Bush foi autorizado pelo Congresso dos Estados Unidos a atacar o Iraque na Guerra do Golfo. O Iraque havia invadido o seu vizinho Kuwait.

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Eu estrela, você terra quando eu queria ser apenas chão. Você estrela, eu ilusão quando eu queria apenas ser céu.

Vender a Cedae é ação de má-fé

A Cedae é a única empresa pública do estado superavitária, ou seja, que dá lucro. No último ano, o lucro beirou a casa dos R$ 300 milhões. Vender algo que dá lucro é no mínimo uma burrice tremenda ou é ação deliberada de má fé. Infelizmente, vigora a segunda hipótese.

Justiça seja feita, o governador Pezão sempre se colocou contra a venda da Cedae. Com argumentos para além do lucro que a empresa dá: por ser pública, atende regiões, especialmente do interior, que nenhuma empresa privada quer; não foi vendida antes a preços ofertados quatro vezes maiores do que se especula hoje (R$ 8 bi contra R$ 2 bi). “Ora, se não vendemos quando ofereceram R$ 8 bi, porque venderíamos agora por R$ 2 bi” – argumentou comigo o governador em conversa reservada há alguns meses.

Mas, mais do que o governador, o estado está numa encruzilhada. O governo federal lhe impõe a venda da Cedae para dar ajuda. Auxílio esse que não passa de uma postergação de dívidas com a própria União. Como se o estado não fosse pertencente ao país. Como se fosse um país vizinho a ser explorado. Como se essa dívida não tivesse que ser paga. Não há perdão de dívida! Apenas adiamento. A União virou um banco e age pior do que um credor privado.

Permitir a venda da Cedae é deixar prosperar a corrupção e o estado mínimo, teses fundamentais do governo Temer. Se faz a nível nacional e não podemos impedir, que no nosso terreiro que é o estado do Rio de Janeiro, este projeto possa ser derrotado. Mais do que isso, que não se aceite sequer a federalização como se insinua para burlar a Constituição Estadual e se evite a opinião legislativa e popular.

A Cedae dá lucro, tem importância social, pertence ao povo fluminense e não pode ser moeda de troca para que um e outro saiam com os bolsos cheios.

Rombo do estado (1)

O rombo do estado do Rio para este ano está previsto em R$ 19,3 bilhões. Se vier a suspensão das dívidas com a União, o abatimento será de R$ 6,45 bilhões. Nesse valor estão tanto débitos com a União quanto empréstimos e financiamentos garantidos pelo Tesouro Nacional, que passariam a ser pagos pelo governo federal nos próximos três anos.

Rombo do estado (2)

Isso quer dizer que o rombo seguiria na casa de R$ 13 bilhões. O governo federal trabalha para costurar um acordo com o estado, sob a chancela do Supremo Tribunal Federal (STF), resgatando os termos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que inclui além do pacote de austeridade com aumento de contribuição previdenciária, por exemplo, traz ainda o plano de privatizações.

Retomada do Comperj (1)

Como antecipado pela coluna Observatório, a Petrobras retomará as obras no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa lançou licitação para construir a unidade de processamento de gás natural (UPGN), que vai receber o gás natural produzido a partir de 2020 no pré-sal da Bacia de Santos. Dessa vez, no entanto, convidou apenas empresas estrangeiras para participar da concorrência.

Retomada do Comperj (2)

Grandes construtoras nacionais, envolvidas no esquema de corrupção, estão proibidas de fechar contrato com a estatal. Esse foi um dos motivos que levaram a companhia a recorrer ao mercado internacional. A nova fornecedora deverá substituir a brasileira Queiroz Galvão, que, envolvida na Lava Jato, abandonou a obra. O contrato original com a empresa brasileira era de R$ 2 bilhões. Desse total, cerca de R$ 500 milhões foram pagos.

Retomada do Comperj (3)

As obras no setor foram interrompidas em setembro de 2015, quando, já em crise financeira por conta das investigações na Lava Jato, a Queiroz Galvão decidiu abandonar a construção e recorrer à Justiça. Acredita-se, no entanto, que com toda a burocracia, a retomada de fato das obras só deva ocorrer no fim do ano. Leva-se em conta aí, a licitação e a possibilidade de alguma empresa recorrer. Em caso de intervenção judicial, aí a retomada pode tardar ainda mais.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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