Todo mundo sabia...

domingo, 20 de novembro de 2016

Estava fácil demais. Boa campanha, bons jogos, jogadores limitados como Sassá em grande fase. Esse era o Botafogo. Mas esse não é o Botafogo. Na história e na prática. Na história porque nada nunca foi fácil para o Botafogo. Na prática porque o time é, evidentemente, limitado. E em todos os jogos atuamos no limite. Não dá para cobrar vontade desses jogadores. Mas há momentos que pedem qualidade. Especialmente quando é preciso propor o jogo. E são nessas horas em que o time comandado por Jair Ventura encontra dificuldades.

Todo mundo sabia que não seria fácil. Depois de sete jogos de invencibilidade, em algum momento, algo iria acontecer. Talvez o inesperado, como acontece desde 1904. Parece um exercício de devoção, de fé. Para por à prova o amor de sua torcida. Mas a gente gabarita. E bem ou mal entende. Foi difícil de dormir depois do duelo com a Chapecoense. A vitória era certa, e ao mesmo tempo, tão incerta. Era o jogo pra vencer. Mas também era o jogo típico de tropeço. Quem é alvinegro sabe. Todo mundo sabia. Todo mundo também sabia que o Botafogo, no mínimo, faria jogo equilibrado contra o Palmeiras. Mesmo com alguns desfalques importantes, o Glorioso se impôs e teve domínio em alguns momentos, especialmente no segundo tempo, até o gol de Dudu. Ali estava desenhado: o alvinegro chegava com perigo, criava e não resolvia. Todo mundo sabia o que estaria por vir.

Parte histórica e teórica de lado, é preciso tratar da parte prática. E até mesmo projetar 2017, mesmo sem saber se a vaga na Libertadores virá – ela virá. Ficar quatro jogos sem marcar um gol sequer é inadmissível! Os jogadores precisam ser cobrados por isso. Não é “privilégio” dessa administração, mas há alguns anos cobra-se muito pouco no Botafogo. Contenta-se com pouco. Não pode. É preciso sempre lembrar que trata-se de um dos 12 maiores clubes da história do futebol mundial. Perder títulos cariocas e “não cair” não podem ser considerados fatos normais. É pouco, repito. As dificuldades e as limitações financeiras precisam ser consideradas, mas não podem ser desculpa.

Desta forma, reforços devem ser contratados, principalmente para o setor ofensivo. Manter as principais peças também é fundamental. O Botafogo tem jogado bem na grande maioria das partidas, e manter essa estrutura para o ano que vem é um bom passo para ter uma equipe competitiva. Camilo, depois de uma boa pré-temporada, poderá render mais. Carli e Airton com sequência, o próprio Dudu Cearense é uma peça para ter no elenco. Luis Ricardo retorna, e a manutenção de Diogo ou Victor Luiz – até os dois, quem sabe – seria interessante.

O jogo do Botafogo, a grande decisão, não era contra o Palmeiras. Havia outros mais preocupados do que propriamente os alvinegros. Acreditamos e tínhamos certeza de uma exibição, no mínimo, razoável, mas sempre foi consenso de que a final será contra a Ponte Preta. Não precisava ser, uma vez que já deveríamos ter carimbado passaporte contra Coritiba, Chape e outros. Mas todo mundo sabia que não seria fácil assim. Então, é esquecer o que passou e focar nesse jogo. Vale muito! Conseguir uma vaga na Libertadores na temporada seguinte ao acesso seria – e vai ser – espetacular. Ninguém acreditava, mas todos que conhecem o Botafogo sabiam que era possível.

Enquanto espero ansiosamente pelo jogo do próximo sábado – e vai ser uma semana difícil, ruim de dormir, pensando 24 horas por dia nesse jogo – vou à farmácia comprar um remédio de nariz para um amigo rubro-negro. Ele estava sentindo um cheirinho estranho, e me pediu para ajudá-lo. Todo mundo sabia o final da história, menos ele. Vou buscar um NeoCHORO e volto na semana que vem. Com a vaga na Libertadores!

Saudações Alvinegras!

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