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Começam os preparativos para o bicentenário de Nova Friburgo
Muitos jovens desconhecem, mas a população mais antiga de Nova Friburgo sabe que a fundação da cidade, em 1818, foi fruto de um acordo entre o rei de Portugal, D. João VI e do “governador” do cantão de Friburgo, na Suíça. De um lado, o monarca lusitano que desde 1808 vivia no Brasil, precisava de uma cidade no alto do morro que separava o município de Cantagalo (a Vila do Morro Queimado, atual Nova Friburgo, pertencia a Cantagalo) do de Cachoeira de Macacu.
O café que era produzido naquele município era todo escoado pelo alto da serra, para ter acesso ao porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado para diversos países. Como as caravanas desciam à noite, os assaltos eram frequentes; assim, uma comunidade naquela região obrigaria os tropeiros a pernoitarem em Friburgo, deixando para descer a serra ao alvorecer, diminuindo em muito a incidência desses roubos.
Por outro lado, a Suíça vinha de dois invernos rigorosos, o que arruinara a agricultura local e disseminara a fome entre os colonos mais carentes. Para diminuir as despesas com a população, as autoridades helvéticas recorreram ao monarca lusitano. Dessa maneira, das necessidades mais urgentes de ambos os países, nasceu Nova Friburgo.
A data de sua fundação é 16 de maio de 1818; portanto daqui há menos de dois anos, estaremos comemorando o bicentenário da cidade. Um evento dessa natureza necessita de tempo para sua organização, para que os festejos possam permanecer na memória de todos. Por isso, na noite Da última segunda-feira, 7, a Associação Nova Friburgo-Fribourg (ANFF) reuniu sua diretoria dando início aos preparativos para essa grande festa.
Para se ter uma ideia da importância que os suíços dão a esse acontecimento, a delegação que virá ao Brasil deverá ter pelo menos 400 pessoas, a maioria do Cantão de Fribourg. Por outro lado, o engajamento da população de Friburgo é de suma importância.
São muitos os cuidados a serem tomados e o primeiro passo foi a criação de onze 11 comissões distribuídas da seguinte maneira: Transporte - ela ficará encarregada não só do transporte dos suíços do Rio de Janeiro para Nova Friburgo, como também pelo deslocamento dessas pessoas aos vários locais em que eles visitarão não só aqui, como em municípios vizinhos; Documentação - será responsável por todo registro dos vários encontros entre autoridades daqui e de Fribourg, das localidades vizinhas e da participação da população dos dois países, principalmente do encontro de familiares de ambos os lados.
Há ainda a comissão de Guias — cada ônibus terá um guia e será necessário um coordenador para gerir essa movimentação. Esses guias deverão dominar o francês e terem noções do inglês, assim como conhecimento dos locais por onde os suíços passarão. Exemplificando: informações sobre o bairro em que estiverem hospedados no Rio, sobre o aterro do Flamengo ou o túnel Rebouças, dependendo do trajeto até a ponte Rio-Niterói, sobre a ponte, enfim, do trajeto entre o Rio e Friburgo; Identificação — sua importância está na elaboração de crachás em que constará os nomes dos viajantes, número do ônibus que utilizará, nome da família que vai recebê-lo ou do local em que se hospedará.
Temos também a comissão de Hospedagem — vai ficar encarregada da acolhida dos visitantes, distribuindo-os pelas famílias que se dispuserem a participar como hospedeiros e de locais onde eles possam ser alojados. Isso é necessário porque, provavelmente, o número de famílias será insuficiente; Alimentação — é claro que muitas refeições serão feitas nas próprias casas, mas existem o que estarão em alojamentos, além dos eventos tipo churrasco de boas-vindas, festa de encerramento entre outras.
Já a comissão de Coordenação junto às autoridades irá reunir tanto autoridades locais como suíças; Programação de eventos e grade artística — com o intuito de harmonizar a apresentação de bandas e corais dos dois países, nos vários locais em que haverá festividades, sem contar com a participação indispensável do grupo Silvana Gym.
Teremos também a comissão de Cerimonial — importante em qualquer evento dessa natureza —; Assessoria de Imprensa e Divulgação — a mídia e o marketing são essenciais nessas ocasiões —; e por fim a comissão de Patrocinadores — coordenação de suma importância, pois não é só a ajuda financeira que importa nesse tipo de comemoração.
A ANFF vai precisar da parceria da prefeitura, principalmente na ornamentação da cidade e dos locais dos eventos, mas, e isso é fundamental, do apoio à saúde dos nossos visitantes estrangeiros. É muito importante a disponibilização de locais para os primeiros socorros, assim como de leitos hospitalares para as internações, se necessárias. Mas, como já foi dito, a conscientização da população friburguense e sua efetiva participação na preparação do evento e da sua presença, são indispensáveis.
A ANFF convoca a todos a se engajarem nessa empreitada; somente desse modo os festejos do nosso bicentenário serão um sucesso absoluto e gratificante para os nossos visitantes, estrangeiros ou não.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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