Missão mariana

Caros amigos, no Documento de Aparecida, Nossa Senhora é chamada de “primeira discípula e grande missionária de nossos povos”. De fato, todos os países da América Latina têm a Santíssima Virgem Maria como padroeira. Logo nos primórdios da evangelização, a Senhora do Céu apareceu no México ao índio Juan Diego com traços dos povos que ali habitavam como modelo de discípula e missionária do Deus Vivo.

No Brasil, em 1717, Maria também deixou um sinal de seu incansável cuidado por todos nós. Pescadores encontraram milagrosamente sua imagem nas águas do Rio Paraíba e, desde então, a levaram para sua casa, onde passou a ser venerada por muitos fiéis.

Hoje, a devoção à Nossa Senhora Aparecida é praticada em todo o Brasil. Ela é nossa padroeira nacional e aonde chega sua imagem, levantam-se louvores a Deus e as comunidades são levadas a Cristo e ao evangelho.

Por isso, neste ano mariano que iniciamos no último dia 12 e se estende até 11 de outubro de 2017, nossa Diocese também promoverá a veneração à Imaculada Conceição Aparecida nas 60 paróquias de seu território.

Sua principal finalidade será visitar os lares cristãos para a oração do santo terço em família e para a meditação comunitária da Palavra de Deus.

Assim, desejo que se inicie nesta igreja particular uma verdadeira “missão mariana”, onde as caminhadas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida levem consigo também a palavra de Deus e a oração em comunidade.

Nossa Senhora “que ‘conservava todas estas recordações e meditava em seu coração’ (Lucas 2,19), ensina-nos o primado da escuta da palavra na vida do discípulo e missionário. (...) Ela fala e pensa com a palavra de Deus; a palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da palavra de Deus. Além disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus” (Aparecida, 271).

Sendo assim, vamos em frente com Maria, a Mãe de Jesus, e esperemos com fé os muitos frutos de evangelização e os vários círculos bíblicos missionários que deverão surgir seguindo os passos do Salvador e de sua mãe.    Muitos corações esperam ser reavivados e moldados por esta particular iniciativa missionária. Muitos que ainda sentam-se no vale da sombra da morte dos vícios, do pecado, da violência e da solidão aguardam a visita materna e de seus irmãos de fé. Que assim seja!

Dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo diocesano de Nova Friburgo