O preço da nossa salvação

Caros amigos, julho é tradicionalmente dedicado à devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo. Antigamente sua festa era celebrada no primeiro dia deste mês, separada do conhecido dia de “Corpus Christi”. Hoje, as duas festividades juntaram-se em uma só solenidade, mas sempre será atual a meditação sobre este grande mistério, desde que se converta também em uma prática de vida cristã mais sólida e comprometida.

Logo depois de ensinar sobre a necessidade de todos os cristãos buscarem a santidade (1Pe 1, 14-16), São Pedro diz em sua primeira carta: “Tende consciência de que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por coisas perecíveis, como a prata e o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha” (1Pe 1, 18-19) e continua mais adiante: “Pela obediência a verdade, vos purificastes, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor” (v. 22).

De fato, o sangue de Cristo também foi derramado para dar-nos um exemplo a imitar: assim como o Senhor morreu para o nosso bem, derramando o seu sangue no madeiro da cruz, assim também devemos entregar nossa vida pelo bem e salvação dos nossos irmãos.

Muitas pessoas podem pensar esta verdade como algo distante de sua realidade. Afinal, não é comum em nossos dias o derramamento de sangue por amor. Entretanto, o sentido profundo do sacrifício não se resume apenas em um ato sumário, mas em pequenas ações heróicas que ao longo do dia e de toda a vida consumam uma existência vivida por amor.

A vida é feita de muitos detalhes e pequenas decisões, porém tudo é importante quando o assunto é ser um bom filho de Deus. O filho amado de Deus, Jesus Cristo, demonstrou seu amor pela humanidade durante toda a sua vida. A cruz, consequência de sua existência oferecida, foi o meio pelo qual a Divina Providência anunciou que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).

Portanto, a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo recorda-nos o mandamento novo de amar e nos incentiva a caridade que não nos isenta de ser sinais do amor de Deus. Como ensina São Paulo: “Cristo morreu por todos, para que os que vivem já não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Cor 5, 15).

Jesus, nós confiamos em vós!