O sofrimento leva as pessoas a tentar de tudo

terça-feira, 22 de março de 2016

De tempos em tempos aparecem nos meios de comunicação notícias a respeito de tratamentos milagrosos, ervas que curam doenças graves e de pessoas dotadas de poderes super humanos capazes de realizar curas que nem os melhores médicos conseguiram. Dia destes, conversando com um conhecido, relembramos de situações deste tipo.

Uma pessoa que se encontrava presente recordou-se de um cidadão que com a melhor das intenções lançou uma notícia dizendo que conseguiu curar muitas pessoas que sofriam de doenças do estômago e dos intestinos , com o uso da nossa velha e boa água oxigenada, excelente para limpeza da pele e outros usos, até em limpeza de curativos.

Dizia o referido senhor, se me lembro ele seria químico, que a água oxigenada tomada em determinado número de gotas todos os dias, ocasionaria uma diminuição de gases existentes no corpo e melhoraria as condições no interior dos intestinos.

Como ocorre com muitos tratamentos, existe uma coisa chamada pelos médicos de efeito placebo, ou seja, nosso desejo de que as coisas corram bem e tudo melhore é tão forte que nos causa uma sensação de bem estar que nos faz crer no poder do referido tratamento. Cheios de satisfação passamos esta informação para a frente e ela se espalha como fogo morro acima e uma verdadeira multidão com os mesmos males entra na onda e inicia o uso do tal tratamento.

Com o tempo muita gente desiste por não ver nenhuma melhora enquanto outros que, não tinham nenhuma doença, dizem que ficaram bons. O mesmo pode acontecer com tratamentos realizados pelos chamados rezadores e curandeiros, com uso das chamadas garrafadas e chás feitos com as mais diversas ervas.

Recentemente, uma droga chamada fosfoetanolamina, desenvolvida por um professor  da Universidade de São Paulo aposentado, dr. Gilberto Chierice, começou a provocar um verdadeiro tumulto entre pessoas portadoras de câncer pois a notícia que começou a circular nos meios de comunicação era de que ela curava o câncer, qualquer um deles, e ela passou a ser chamada de pílula do câncer.

Pessoas recorreram à justiça para ter acesso ao tal remédio que ainda nem passou pelos testes que a medicina exige antes de aprovar algum medicamento para uso em humanos. Muita gente interrompeu os tratamentos que vinha fazendo e adiou cirurgias para retirar tumores para tentar usar esta nova droga. Muitos que conseguiram ter acesso ao tal remédio não obtiveram nenhuma melhora real .

TAGS:
Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.