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O bêbado, o equilibrista e Emicida
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O dia
Em 18 de março de 1990 morria, aos 56 anos, o comediante Zacarias, do grupo "Os Trapalhões". Zacarias foi o primeiro trapalhão a falecer. Anos depois, o grupo se descaracterizaria definitivamente com a morte de Mussum.
Observando...
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Palavreando
Não sou a espera, sou o acontecimento. Sou a combustão de mim mesmo nessa junção com o tempo.
O bêbado, o equilibrista e Emicida
“Caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos...” A escuridão desce sem que se perceba e o povo de camisa da seleção brasileira de futebol traja na verdade o luto de quem não sabe o que veste: acabou o estado de direito democrático. Todos estão cegos e surdos às vésperas de uma guerra civil promovida por uma série de irresponsáveis que botam lenha e jogam gasolina.
“A lua tal qual a dona do bordel pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel”. É preciso reconhecer que a raiva despertada é difícil, quase impossível de ser contida. Os deuses do judiciário (leia-se juiz Sérgio Moro e outros) que não são eleitos para os seus cargos demonizam e criminalizam a política, mas de forma seletiva. Não há mais justiça, nem garantias constitucionais. Se repete apenas aquilo que já acontece com o pobre que não tem direito. Ninguém está acima da lei, a não ser o Moro (o dono do bordel) que tem seu brilho midiático junto com mais meia dúzia de irresponsáveis que implantam no país uma crise sem tamanho em nome de que? Do fim da corrupção! Mas não combatem a corrupção de suas próprias vaidades. Alugam seus brilhos numa parte da mídia tão corrupta que não caberia em suas próprias manchetes.
“E nuvens! Lá no mata-borrão do céu, chupavam manchas torturadas, que sufoco!” Ora, todos somos seres políticos e negar a isso é negar a si mesmo e a vida em sociedade. A ditadura já está aí e não é militar. É jurídica e midiática. A mesma mídia que esteve ao lado dos militares. A ilegalidade da descoberta não esconde os fatos. Mas, mais do que julgar os fatos é preciso juízo para não cair numa armadilha que não pretende só prender petistas, mas encarcerar a liberdade de todos os brasileiros. A ditadura do judiciário assim como foi na militar, obviamente, teve vários dos seus componentes se colocando contra. Mas é uma ditadura já vigente que vem legislando e executando, obviamente em causa própria e na sua própria visão de mundo. Não se pode também deixar de lado a observação que nosso judiciário é o mais elitista dos poderes, portanto, pensa como elite, age como elite.
“Louco! O bêbado com chapéu-coco, fazia irreverências mil, pra noite do Brasil. Meu Brasil...” Que não consegue se olhar no espelho nu. Desnudo não admite que é pai da corrupção e por isso não combate a si próprio. Prefere combater a sua própria liberdade para se negar, negar a si mesmo como coletivo impune. Elege falsos heróis, consagra intrépidos vilões.
“Meu Brasil... que sonha com a volta do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu, num rabo de foguete”. Ah, os bons brasileiros de pensamentos socialistas assistem sua utopia derreter pelas mãos de uma esquerda que deixou de ser esquerda faz tempo. De uma direita que nunca foi de direita, apenas se aventura no vão pensamento de momento. Moro também vai pegar você?
“Chora! a nossa pátria mãe gentil, choram Marias e Clarices no solo do Brasil...” Eu choro com o iminente fim da democracia e da Constituição cidadã. Choro no solo fluminense por tudo o que está sendo esquecido e de que as prioridades estão invertidas. Machuca, ser biógrafo desse instante de confusão em que aparentemente não se vê saídas.
“Mas sei, que uma dor assim pungente, não há de ser inutilmente, a esperança...” Reside nas vozes de quem ainda acredita em justiça justa. Em separação de poderes. De quem, independente de bandeiras, faz uma leitura mais crítica do que apaixonada dos absurdos que estão sendo cometidos mal justificados por tantos outros absurdos feitos anteriormente.
“Dança na corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha pode se machucar...” Não sobrará pedra sobre pedra! A raiva machuca e o extremismo mata. Não somos esquerdistas ou direitistas ao centro ou ao extremo. Somos brasileiros, humanos. A raiva sempre levará ao confronto desequilibrado, desproporcional, descabido. Só o afeto de fato mobiliza. Não há afeto nessas mobilizações. Há rancor, justiça pelas próprias mãos e pouca, muito pouca distinção ou sabedoria.
“Azar! A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar...” Aldir Blanc e João Bosco são mais do que atuais. A história se repete. Com personagens diferentes, enredos semelhantes e a mesma plateia. Onde entra Emicida? Entre os passarinhos soltos a voar dispostos. Diz ele na sua canção contemporânea: “cidades são aldeias mortas, desafio nonsense. Competição em vão, que ninguém vence. Pense num formigueiro, vai mal. Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus. No pé que as coisas vão, jão”.
Não se trata de PT ou PSDB, esquerda ou direita. Juízes de 1ª instância ou STF, TSE, Cunha, PMDB. Essa competição não interessa ao Brasil e põe em risco a liberdade dos brasileiros. Por isso, como “passarinhos soltos a voar dispostos a achar um ninho nem que seja no peito um do outro” estarei no palco da defesa intransigente da democracia, do direito, da liberdade e da política como única forma de mudar a vida.
Política como mobilização de afetos. Que a ternura salve o Brasil e a sabedoria construa um Estado do Rio de Janeiro protagonista no seu papel de apontar para onde a nação tem que ir através do que sabe fazer melhor: esta mobilização que está nas ruas pelos professores e servidores públicos em geral com apoio da população. Mobilização de afetos na resistência, mas com o sonho no peito de estipular também aquilo que se quer!
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
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