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Pelos caminhos da misericórdia
Caros amigos, o Ano da Misericórdia que estamos celebrando é um verdadeiro caminho de crescimento rumo ao objetivo maior de nossa vida: a semelhança com Cristo, sendo filhos de Deus e templos vivos do Espírito Santo. Por isto, este ano temático precisa tocar profundamente nosso dia a dia, nossas relações familiares e cotidianas.
O lema “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6, 36) nos sugere o realismo das relações de amor que precisam ser instauradas em nosso coração. O evangelista Lucas a insere no final de uma extensa lição de Nosso Senhor sobre o amor aos inimigos (Cfr. Lc 6, 27-36). Neste contexto, o serviço e o perdão irrestritos que devemos ao nosso próximo tem seu modelo não nos homens, mas em Deus Pai, que é misericordioso e bom para conosco. “Amai os vossos inimigos, fazei o bem e prestai ajuda sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande. Sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bondoso também para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso.”. (v. 35-36)
Basta esta indicação para motivar uma revisão completa de nossos atos, palavras, ações e omissões. Proponho, neste artigo e nos próximos que o seguirão, que estas palavras de Jesus Cristo ressoem em nossos ouvidos como uma constante melodia de fundo, neste ano propício de conversão. A partir delas, podemos meditar toda a Sagrada Escritura e os demais ensinamentos da Igreja.
O santo padre, o papa Francisco, na bula “Misericordiae Vultus” propôs a leitura dos salmos como textos que sobressaem a misericórdia: este amor visceral que “provém do íntimo (de Deus) como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão” (MV, 6). Ao mesmo tempo, os salmos também retratam o drama da existência do homem fiel, que, feita de contextos tão variados, refletem bem nossas situações hodiernas.
Deste modo, iniciaremos hoje um verdadeiro “caminho de misericórdia” que quer tocar algumas de nossas realidades, sempre auxiliados pela guia segura da Sagrada Escritura contida na oração milenar do povo escolhido de Israel.
Podemos dizer que os salmos estão bem ao nosso alcance, estão em nossa boca e em nosso coração, para que os possamos rezar e cumprir. (Cfr. Dt 30, 14) Oxalá os experimentemos como orvalho de verdade em nossos corações muitas vezes cansados, onde, por seu toque, inflamar-se-ão os mais belos sentimentos da penitência e da consolação do Espírito Santo. (Cfr. Santo Agostinho, Confissões, IX, 6, 14).
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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