Aedes aegypti, o odioso

terça-feira, 08 de dezembro de 2015

Como se não bastassem os problemas com a nossa economia e mais ainda com a política, um outro assunto muito grave tira o nosso sossego: a ameaça que o mosquito Aedes Aegypti está trazendo para nós. Segundo os especialistas, apenas dois por cento dos mosquitos estão infectados e capazes de infectar os humanos. Pode parecer pouco, mas não é: eles podem causar uma epidemia.

A responsável é a fêmea. Várias vezes por dia ela sai à procura de sangue humano, seu alimento preferido. Ao sugar o sangue de uma pessoa contaminada ela também se contamina, e daí por diante sai espalhando a doença. Apesar de ter vida curta, em torno de quinze a trinta dias, isto já é o suficiente para causar um grande mal. Conforme os pesquisadores afirmam, o Aedes pode espalhar mais de cem vírus diferentes que vão desde a dengue passando pela febre amarela e chegando ao temido Zika, nome da floresta onde foram descobertos.

A tradução do nome Aedes é “odioso” - imaginem o mal que desde a antiguidade este mosquito vem causando. Tendo como local de postura de seus ovos qualquer mínima poça de água, até mesmo numa tampinha de refrigerante jogada em algum canto, em um período de uma semana dali saem os temidos mosquitos. Todas as campanhas de combate realizadas até o momento, nos diferentes países por onde ele anda, não foram capazes de erradicá-lo. Pulverizações de inseticidas e uso de larvicidas apresentam resultados que decepcionam, pois tudo indica que o vírus conseguiu aprender a resistir a quase todos eles. A comprovação de que o Zika, um dos vírus que ele transmite, causa a microcefalia em filhos de gestantes contaminadas trouxe mais uma tremenda preocupação para a população e já são centenas de casos. Até o momento não existem remédios para tratar estes vírus e nem vacinas, tudo que se pode fazer é o chamado tratamento sintomático, hidratar e usar analgésicos para a febre e a dor. Vacinas ainda são um sonho distante. Um trabalho promissor, que já foi testado em uma cidade próxima da capital paulista, foi a soltura no meio ambiente de mosquitos modificados em laboratório, que ao cruzarem com as fêmeas causavam sua esterilização, se assim podemos dizer. Num bairro daquela cidade, onde ocorreram mais de mil casos de dengue, esta taxa caiu para apenas um caso após a soltura dos mosquitos modificados.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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