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O multiculturalismo parece estar chegando ao fim
Os atentados recentes ocorridos na Europa e, sobretudo na França, colocam em cheque um dos conceitos mais disseminados neste início de século, o multiculturalismo.
Pensava, sobretudo o ocidente, que ainda tem a intenção de mandar e desmandar no mundo, que seria possível a convivência de seres humanos, vivendo costumes, sistemas morais e religiosos diferentes. Como o ocidente pensa dentro dos parâmetros democráticos, a convivência entre seres incomuns e de costumes bastante peculiares era tido como possível.
Assim, pessoas e mídia ocidentais entendem que as meninas devem ir à escola como os meninos vão a estes estabelecimentos.
Até as medidas de segurança alimentar defendidas pela ONU procuram incentivar países que adotam as cestas básicas, a estabelecer uma reciprocidade que corresponde à vacinação e frequência escolar.
Este é o caso da Turquia, que adotou o sistema para a região leste do país, conseguindo aumentar significativamente a frequência das meninas às escolas, apesar desta região ser marcadamente muçulmana.
Ora, se para o ocidente, esta façanha tem o seu mérito, para um muçulmano tradicional e seguidor da xaria, não seria a melhor opção.
O mesmo se diga da convivência entre raças, religiões, línguas e costumes diferentes numa determinada metrópole.
O acirramento dos ânimos devido às várias interferências de potências em relação a regiões que oferecem comodities a várias partes do mundo têm provocando reações de todos os tipos. Se a comunicação disseminou costumes e informações, se a vida está globalizada em função das novas tecnologias, presenciamos a globalização de muitas outras coisas, entre elas as doenças, as crises econômicas e as guerras.
Eis aí a questão: o multiculturalismo está por um fio. Os nacionalismos, os fechamentos de fronteiras, as exigências para que todos sigam, além da legislação, os vários costumes e princípios que norteiam determinado país, podem estar significando um início de século onde o chumbo surge muito além da própria cor.
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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