O paradigma da missão: a simplicidade

terça-feira, 06 de outubro de 2015

Caros amigos, vivemos um tempo marcadamente missionário na Igreja. A partir das reflexões do Sínodo sobre a nova evangelização e a transmissão da fé, convocado pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI (2012) e, posteriormente, com a decidida guinada missionária do Pontificado do Papa Francisco (2013), o magistério da Igreja vem recordando de modo mais enfático a urgência da missão.

Mesmo antes, o movimento “de saída” da Igreja já existia, como o atestam os documentos do Concílio Vaticano II (1965), a paradigmática Exortação “Evangelii Nuntiandi” do Papa Paulo VI (1975), e a encíclica “Redemptoris Missio”, de São João Paulo II (1990).

As muitas reflexões sobre o tema, entretanto, não pretendem complicar ou sofisticar o anúncio missionário, mas simplificá-lo. Sobre este ponto, ensina-nos o Santo Padre, o Papa Francisco: “Quando a Igreja apela ao compromisso evangelizador, não faz mais do que indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da realização pessoal. Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: A vida se alcança e amadurece a medida que é entregue para dar vida aos outros. Isto é, definitivamente, a missão. Isto posto, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! E que o mundo do nosso tempo, que procura, ora na angústia ora com esperança, possa receber a Boa-Nova dos lábios não de evangelizadores tristes e desanimados, impacientes ou ansiosos, mas sim, de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram os que primeiro receberam em si a alegria de Cristo”. (EG, 10)

O cristão precisa falar sobre Deus: no mercado ou no hospital, no trabalho ou no lazer, em casa ou em viagem, oportuna ou inoportunamente (2Tm 4, 2). Não importa onde ou quando, mas as palavras de Cristo precisam ser cada vez mais nossas, como a respiração de nosso organismo sobrenatural, fruto de uma vitalidade muito mais profunda do que a vida biológica.

O mundo, marcado pela técnica e pela tecnologia, clama por evangelizadores nos novos canais de comunicação; e igualmente os reclama nas situações normais do dia a dia.

Vejo com preocupação alguns movimentos e pastorais que, em sua ânsia por organização, perdem a simplicidade do Evangelho. Dividem-se em cargos, mas já não anunciam com destemor a Palavra de Deus. Quero, nesta reflexão, dizer a todos vocês: “Não deixemos que roubem nosso entusiasmo missionário”. (EG, 80)

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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