Alemanha, um senhor país, para o qual tiro meu chapéu

terça-feira, 08 de setembro de 2015

Voltamos para a Alemanha, na quinta-feira, e tiro o meu chapéu para esse país fantástico, talvez o mais importante da Europa de hoje. Portanto, vale a pena algumas considerações turísticas, pois ele merece ser incluído em qualquer roteiro em solo europeu. Com uma economia sólida, é disparado o país mais desenvolvido da Europa e, ao contrário da Noruega e da Suíça, com um custo de vida muito mais barato. Nesse contexto a Itália é muito cara e o turista é obrigado a dispender muito mais euros, no seu dia a dia.

Enquanto, para aqueles que alugam ou fazem leasing de um carro o litro do diesel alemão oscila entre 1,09 a 1,14 euros, na Itália ele não é encontrado por menos de 1,40 euros. Com relação à alimentação tanto o que se gasta em supermercados como em restaurantes, come-se muito mais barato na terra de Beethoven do que na de Dante. Mesmo a tão propalada massa tem uma diferença importante nos dois países. O nhoque ao fungi alemão sai por 6,5 euros num bom restaurante, em Ahrweiler, cidade turística, capital da região do estado de Bad Neuenahr-Ahrweiler, e grande produtora de vinho. Em Florença, o mesmo prato sai por 10 euros. Bebidas alcóolicas então nem se fala, pois os impostos incidentes são muito menores na Alemanha — vinhos, cervejas, uísques comprados em supermercados ou lojas específicas ou consumidos em bares e restaurantes fazem uma grande diferença.

Mesmo os hotéis e aqui eu me pauto pelos da cadeia Accord (Ibis e Novotel) que só não os utilizo quando na cidade que vou visitar eles não existam, a diferença oscila entre 10 a 15 euros o quarto para solteiro ou casal. Por falar em cadeia Accord, para quem necessita viajar com frequência, vale a pena se inscrever no plano Ibis Business. Se paga sessenta euros por ano, mas tem-se desconto de dez por cento nas diárias, no café da manhã e nos restaurantes dos hotéis, quando esses servirem almoço e/ou jantar. Caso se trate de uma promoção, há um desconto de cinco por cento.

Nessa nossa volta a Alemanha, visitamos em Bonn a casa em que, no dia 16 de dezembro de 1770, nasceu Ludwig von Beethoven. Se ha controvérsias quanto à data de seu nascimento (16 ou 17?) todos concordam que ele foi batizado na igreja de Saint Rémi, em 17 de dezembro de 1770. A partir de 1889 a casa, posta à venda, foi comprada por doze moradores da cidade que fundaram a Associação da Maison Beethoven; essa associação é mantenedora do museu que abriga a maior coleção particular do mundo, no que se refere ao grande compositor. Chama a atenção, na sala 8, os instrumentos usados por ele para amplificar os sons, já que a partir de 1818 ele estava irremediavelmente surdo, surdez essa atribuída a uma possível sífilis ou a seu hábito de mergulhar a cabeça num balde de água gelada, quando se sentia fatigado. O surpreendente é o fato da Nona Sinfonia ter sido escrita com ele já completamente surdo, o que talvez explique a profusão de acordes de alta tonalidade nessa composição. Mas, só o fato de compor uma obra de tão grande repercussão, sem escutar o que compunha, atesta a sua genialidade.

Ludwig van Beethoven morreu em 26 de março de 1827, na cidade de Viena sem jamais ter retornado a sua cidade natal, de onde partiu em novembro de 1792, para ter aulas de composição com Joseph Haydn.

No sábado, visitamos a cidade de Ahrweiler, onde nos deparamos com uma festa do vinho. Situada no vale do rio Ahr, um afluente do Reno, ela é formada por inúmeras colinas ao sul, que estão sempre expostas ao sol. É por esse simples fato que a produção de vinho tinto é uma das maiores da Alemanha, assim como esses mesmos vinhos estão entre os melhores do país. Não é de surpreender que uma grande exposição de vinhos em Ahrweiler, Dernau e Mayschoss (duas outras cidades da região) tenham se tornado verdadeiros santuários de peregrinação, para os apreciadores do vinho tinto. A festa do vinho é um acontecimento importante e que atrai muita gente. Além dos desfiles de carros alegóricos com a presença da princesa do vinho, versão 2015 e das princesas dos anos anteriores, há uma farta distribuição de vinho aos participantes e a exibição de várias bandas, da região, tocando músicas do folclore alemão.

Ao programar sua próxima viagem à Europa, inclua a Alemanha; você não vai se arrepender.

TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.