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Esquizofrenia: noções gerais
“Esquizo” vem de “dividido” e “frenia” de “mente”. Mente dividida, é a esquizofrenia. Como assim? Ela é uma das mais graves doenças mentais. É uma psicose. Psicose, bem menos grave e limitante do que a neurose, se refere à presença de sintomas como ilusões, alucinações, comportamento desorganizado, fala incoerente, delírios, agitação, etc. Tais sintomas podem estar presentes em outras patologias mentais sem ser na esquizofrenia.
Geralmente ela atinge jovens, igualmente rapazes e moças, na fase final da adolescência ou início da idade adulta, podendo atingir pessoas de mais idade também.
Algumas características da esquizofrenia são:
1) Alterações do pensamento: delírios (alteração do conteúdo do pensamento), interrupções do pensamento (alterações do curso do pensamento) e pensamento desagregado (alteração da forma do pensamento).
2) Alterações da senso-percepção: alucinações (auditivas, visuais, olfativas, etc.), a pessoa vê coisas que não são reais, ou escuta vozes e sons irreais, ou sente cheiros que não são da realidade, etc.
3) Alterações da consciência do eu: perda da autonomia, do limite, da identidade e da unidade do eu.
4) Alterações do afeto: incapacidade de vibrar com o sentimento, embotamento afetivo, frieza afetiva.
5) Alterações da volição (vontade): hipobulia (muito pouca vontade de fazer as coisas) e abulia (nenhuma vontade de fazer as coisas.
6) Alterações da psicomotricidade: estupor, agitação.
Formas Clínicas:
1) Esquizofrenia paranoide – predominam delírios e alucinações (melhor prognóstico).
2) Esquizofrenia hebefrênica – início jovem, mais grave, risos imotivados, etc.
3) Esquizofrenia catatônica – apresenta agitação psicomotora ou estupor, ou seja, a pessoa fica parada horas e horas numa posição.
4) Esquizofrenia residual – negativos sintomas estão presentes sempre (autismo, abulia, embotamento do afeto) e positivos sintomas estão presentes só que atenuados (delírios, alucinações).
5) Esquizofrenia indiferenciada – permanecem as ilusões, delírios, desorganizações da fala e do comportamento de forma acentuada.
Tratamentos:
1) Apoio, orientação, de psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais.
2) Medicação – antipsicóticos também chamados de neurolépticos.
3) Apoio à família orientando seus membros sobre a doença e como lidar com o doente.
4) Eventual internação hospitalar especializada em casos de agitação, tentativas de se agredir ou agredir outras pessoas, etc.
Evolução:
-25% permanecem com defeitos de comportamento
-50% permanecem com a doença que se torna crônica
-25% evoluem para a cura
Prognóstico:
Há bom prognóstico se há: inteligência, início tardio da doença, melhor apoio familiar, diagnóstico precoce e tratamento adequado, e nas formas catatônicas e paranóides.
Há prognóstico ruim se há: déficit de inteligência, início cedo da doença, família desagregada, nas formas hebefrênicas e indiferenciadas (simples), e se há história de psicose na família.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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