Queremos soluções

domingo, 09 de agosto de 2015

Em 2007, a desculpa para não ser campeão brasileiro foi a saída de Dodô. Em 2010, as “brigas” entre Loco Abreu e o treinador. Em 2013, os desentendimentos (se é que existiram) entre Oswaldo de Oliveira e Seedorf e a saída de Vitinho. Ano passado o desmanche da equipe e o afastamento de jogadores que não estariam comprometidos. Desculpas, justificativas, muitos “porquês” e poucas soluções. Se algo der errado ao final desta temporada, o que será dito?

Está certo que o clube vive dificuldades, o orçamento é limitado e não para fazer timaço. O momento é de reorganização e ninguém discute isso. Também concordo que o Botafogo está sendo remontado ao longo da competição. Mas por que só a gente perde jogadores? Lá se foram Marcelo Mattos, Bill, Gilberto, Pimpão. Todos titulares. Por que demora tanto pra encaixar novamente? E convenhamos: o nível dos adversários é muito baixo para passar tanto sufoco. Se o nosso time é ruim, os outros são piores. Parece que tudo é mais complicado e sacrificante para o Botafogo. Tudo!

Pensei em rever o jogo contra o Santa Cruz para ter certeza sobre o que escrevo neste momento. Mas meu coração não aguentaria. Terminei o jogo deste sábado com um aperto no peito, um misto de revolta, abatimento, ódio, preocupação, perplexidade. Em nenhum momento durante os 90 minutos em Pernambuco o alvinegro teve um fio de esperança de vencer o jogo. Claro que a gente “sonha” com um cruzamento certo para a grande área – algo que está difícil com Carleto e Jardel cobrando faltas e escanteios – ou lampejo de algum jogador – quem? Mas em uma análise fria, deixando a paixão de lado, o que o Botafogo criou para tentar sair do Arruda com os três pontos? NADA!

E quando eu digo nada é nada mesmo! A melhor, única e solitária chance que o alvinegro teve foi uma cabeçada torta do Navarro. E apenas porque o goleiro do time da casa errou o tempo de bola e saiu mal. Não houve mérito nenhum do Botafogo no lance. Aliás, sobre o Navarro, tive uma boa impressão. Tentou participar das ações ofensivas e deu sequência a quase todas as jogadas que participou. No entanto, nem o melhor centroavante do mundo faria gols se dependesse de Octávio e Diego Jardel para armar as jogadas. Falta força, vontade, imposição. Falta ser Botafogo!

Eis o grande desafio de Ricardo Gomes neste momento: ter criatividade para tornar o time criativo. Sim, pois não existem grandes opções para escalar o meio-campo. Gostei do Serginho, e o Arão é inquestionável nesse time. O problema começa no terceiro homem. Fora de forma ou não, Daniel Carvalho não pode ser reserva. É o jogador mais talentoso, não se omite, tem bom chute de fora da área. Tais características estão em falta na atual escalação titular. Outro que deve jogar é o Elvis. Para tanto, porém, é preciso que esse rapaz pare de se machucar tanto! No ataque, Sassá, Neilton, seis, meia-dúzia, metade de 12, a terça parte de 18... tudo a mesma coisa! Promessas, eternas promessas...

Falando em promessas, reitero aqui toda a minha confiança na atual administração do Botafogo. Acredito que 2016 será menos vergonhoso que os últimos dois anos. Mas primeiramente existe a necessidade de subir, voltar à primeira divisão. Repito que o Glorioso não tem nenhum timaço, mas pelos adversários é inadmissível que passe tanto sufoco, que seja dominado em casa pelo Criciúma ou que não seja capaz de ameaçar o Santa Cruz. São quatro jogos sem marcar um gol sequer. Se João Saldanha fosse vivo já teria utilizado sua arma - aquela mesmo que disparou contra Manga - diversas vezes nesses últimos oito meses.

E para encerrar o texto desta semana, um recadinho de Heleno de Freitas para o atual elenco: “O meu Botafogo não é lugar para covardes!”

Saudações alvinegras e até a próxima

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