Um capítulo para “O Enciclopédia”

segunda-feira, 18 de maio de 2015

No dia em que a Enciclopédia completaria 90 anos de idade, o Botafogo escreveu mais um capítulo importante num dos momentos mais difíceis de sua história. No estádio que carrega o mesmo nome do aniversariante do último dia 16, Nilton Santos — o maior lateral de todos os tempos —, o Glorioso comemorou em grande estilo a goleada por 4x1 sobre o CRB.

Com autoridade, organização, mas ainda com algumas necessidades. A formação com três atacantes de Renê Simões agrada. Com ela, o Botafogo agride, se impõe e faz valer a teoria de sua grandeza na prática. Assume a sua responsabilidade no universo da série B nacional. Talvez esse seja o caminho para intimidar os rivais quando atuar no Engenhão. No entanto, o meio-campo ficou um pouco exposto e sobrecarregado, enquanto Gilberto e principalmente Carleto encontraram dificuldades na marcação. Detalhes que podem corrigidos com treinos e tempo.

De fato, há mais para comemorar do que exigir. Em um espaço de seis meses, o clube endividado, rebaixado e sem perspectivas conquistou a Taça Guanabara, chegou à decisão do Campeonato Carioca e recuperou parte da autoestima de sua torcida. A caminhada é longa e certamente não será um mar de rosas, mas esse mesmo mar percorre um caminho para ser colorido com o preto e o branco ao fim da temporada.

Em uma análise proporcional ao cenário em que o Botafogo se encontra — a segunda divisão nacional —, as projeções são positivas. Os retornos de Elvis (parece realmente ser um bom jogador), Roger Carvalho e as contratações de Lulinha e mais dois atletas consolidam o Botafogo como uma equipe credenciada a conquistar o acesso e retornar ao seu devido lugar. O time é limitado, mas tem o perfil de Série B: aguerrido, bem-arrumado e com vontade de vencer. O Botafogo de 2014 aceitava as derrotas com muita passividade. O de 2015, pelo contrário, entende a necessidade do Botafogo, compreende a grandeza do clube e luta para superar as próprias deficiências.

Por todos esses motivos, o trabalho liderado pelo presidente Carlos Eduardo Pereira, com participação fundamental da dupla Antônio Lopes e Renê Simões, tende a ser vencedor. Como pede, precisa e merece o Botafogo. Como gostaria de ver o eterno Nilton Santos.

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