Fim de maio, mais uma viagem: agora à Itália

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Conforme disse no meu artigo anterior, viajar é um dos passatempos que o aposentado tem para preencher o seu dia a dia, e como tempo é o que não nos falta, marquei minha próxima viagem para o final de maio. O planejamento é importante, pois quando comprei minhas passagens, a British Airways estava com promoções, o dólar abaixo de dois reais e cinquenta, e o euro não chegava a três reais.  

Ao contrário dos anos anteriores, nosso destino será a Itália, mais precisamente a cidade de Brescia, situada na Lombardia. A história dessa cidade começa no século V antes de Cristo, quando um povo celta, cuja origem era a região de Mans, na Gália (França), veio se instalar nesse local. Foram combatidos e vencidos pelos romanos no ano de 187 a.C., mas somente no ano de 48 da mesma era, já sob o domínio de Júlio César, que obteve o status de cidade e sua população teve direito à cidadania romana. Portanto é, como muitas das cidades europeias, bem antiga, muito atraente e charmosa, onde se destacam três lagos muito bonitos (Garde, Iseo e Idro), com balneários muito frequentados no verão.

E por que Brescia? Talvez para conhecer o lado italiano da minha família, que é originária da região de Florença; meus bisavós maternos chegaram ao Brasil, em 1899, mais precisamente em Belo Horizonte, um ano antes da fundação da atual capital mineira. Da união das famílias Zauli e Solaroli nasceu minha avó materna, que deu origem ao meu núcleo familiar pela parte de minha mãe. Além disso, temos um casal de amigos, com dupla nacionalidade brasileira e italiana, que fugindo da violência de São Gonçalo mudou-se para a Itália há quase dez anos. Como são proprietários de um curso de idiomas, entre os quais o italiano para estrangeiros, surgiu a ideia de aprender a língua de Dante Alighieri no seu local de origem. Através deles conseguimos alugar um pequeno apartamento, a um preço bem razoável, que será nossa moradia por algum tempo.

Talvez outra razão, e quem sabe a mais importante, seja o fato de preencher um dos requisitos básicos para se obter a nacionalidade italiana, que é saber se virar no idioma local. Do jeito que o Brasil está, ter um passaporte de cor diferente do azul-marinho brasileiro é uma boa, pois com uma segunda cidadania sofremos menos a discriminação por sermos originários da América Latina, em geral, e do Brasil, em particular. Não que os outros países sejam habitados por santinhos, principalmente a classe política, farinha do mesmo saco não importa onde. O problema é que o nível de corrupção a que chegamos nesses últimos 15 anos não encontra similar nos países de primeiro mundo, principalmente quando sabemos que a fábrica de malfeitos foi implantada pelo partido que chegou ao poder, nos idos de 2002. Em vez da força para obter seus propósitos, usou o poder do dinheiro para comprar consciências, em última análise, votos, seja de parlamentares, seja do povo. Lembremos sempre que não há corruptos sem corrompidos nem corrompidos sem corruptos. 

Para se ter uma ideia da magnitude dessa gastança, enquanto a campanha do primeiro-ministro David Cameron, do Partido Conservador do Reino Unido (Inglaterra), gastou, recentemente, o equivalente a 76 milhões de reais, a da reeleição de Dilma atingiu a cifra de 383 milhões do vil metal. Dinheiro esse que seria muito melhor aproveitado se fosse aplicado na construção de hospitais, escolas, presídios e salários dignos para médicos e professores, não na eleição de uma presidente incompetente.

Brescia fica numa posição privilegiada, pois é perto das cidades italianas de Milão, Genova, Roma, Veneza, além de países como a Suíça, Alemanha, Áustria, Eslovênia, Croácia e República Tcheca. Como nas viagens anteriores, farei matérias sobre os vários locais visitados, para que quem desejar seguir os nossos passos tenha muitas dicas e informações, pois viajar é uma das boas coisas da vida.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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