O amanhecer da Ressurreição

quarta-feira, 22 de abril de 2015

No primeiro dia da semana, ou seja, no domingo, Cristo ressuscitou de entre os mortos. Não houve testemunhas do fato histórico de sua ressurreição e não sabemos exatamente como aconteceu, mas, ao amanhecer, o sepulcro estava vazio, a pedra pesadíssima havia sido retirada e algumas mulheres, as primeiras a chegar, não encontraram o corpo do Senhor, porém viram os anjos que anunciavam o inaudito: Jesus ressuscitou!

Esta aura de mistério que envolve o mais importante acontecimento do cristianismo fascina gerações de fiéis que leem, rezam, cantam e proclamam os mesmos fatos que foram transmitidos pelos apóstolos de Jesus.

A mais importante testemunha da ressurreição, entretanto, é o próprio Jesus Ressuscitado, que, a partir do domingo de páscoa, por várias vezes se encontrou com seus discípulos. Limitou-se a aparecer aos que já o conheciam, aos que o esperavam, recordou-lhes muitas coisas da Escritura e fez algumas refeições com eles. Era tempo de instruir e fortalecer sua Igreja nascente, que perdura até hoje, anunciando o Evangelho a todos os povos da Terra.

Aquele “amanhecer” do primeiro dia da semana inaugurou, portanto, uma aurora muito mais brilhante do que a de um domingo ensolarado. Não se trata de uma luz física, que evidencia só coisas materiais, mas trata-se da luz divina, que ilumina todos os que dela se aproximam (Cfr. Jo 1,9).

A verdadeira mensagem da imortalidade humana, antes procurada com avidez por tantos povos e culturas, só se revelou em Jerusalém, por ocasião da vinda do Filho único de Deus. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês nisto?” (Jo 11, 25-26). Esta é a encruzilhada decisiva da fé católica: “Crês isto?”.

Quando a fé está alicerçada nesta verdade, todos os nossos objetivos e projetos precisam passar por uma reforma: uma ressurreição. Assim, o cristão não pode viver sob a ditadura do egoísmo e da competição do mundo, mas deve ser generoso e bom, para ressuscitar com Cristo. O discípulo de Jesus não pode aprofundar suas raízes nesta terra de avareza e ganância, mas precisa buscar as coisas do alto, onde está Cristo. Quem crê em Deus não deve lançar sementes de ódio e revolta, mas pode plantar perdão, amor e unidade.

Vencer o indiferentismo e ser solidário, descobrir a miopia espiritual daqueles que colecionam inimigos e aprender a perdoar e corrigir aquele que erra e servir sempre: Eis alguns sinais gloriosos do Ressuscitado!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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