Eleição

sábado, 17 de janeiro de 2015

1982. Eleição para o governo do Estado do Rio. Quatro candidatos: Miro, Sandra, Moreira e Brizola. 

Toca o Miro. 

"Miro, pega aquele grito de guerra do flamengo, mengôôôôôô, mengô...faz uma primeira parte falando em mudança e tá tudo ok. Manda a nota.”

Sambão:

Tá na hora desse jogo mudar

meu irmão, tá fogo de segurar

bota a bola pra fente

vamos vencer

o time da gente

é o PMDB, com Miro e você.

Mirôôôôô, Mirô!

Em seguida, toca a agência da Sandra.

"Fale em mudança, popularize a nossa candidata, ela tem uma imagem muito professoral.”

Vamos fazer uma marchinha tipo Lamartine.

Marcha:

Está na hora de arrumar a casa

Sandra vai mudar

como está não dá

oi, vira, vira

esse barco já virou

olha o estado do Rio

em que estado ficou

a Sandra aceitou o desafio

e vai fazer de vez

o que até hoje ninguém fez

vira, vira, vai virar,

Sandra vai mudar.

Toca o Roberto Medina: "Faz aí um rap para o Moreira, precisamos popularizar o candidato.”

Foi feito, com uma letra enorme e chegando o Moreira mais junto com o povo.

 

Toca a MPM: "Precisamos gravar o Brizola e não tem verba. Faça no amor que a gente dá a forra.”

 

Marcha:

Eu vou votar no PDT

eu e você

só tem um jeito

de acabar com a curriola

dessa gente que deita e rola

são os ratos do poder

é dar seu voto

voto certo no Brizola

que ele então entra de sola

e bota os ratos pra correr

cantarola, cantarola

depois vota no Brizola.

Votação encerrada e deu Brizola na cabeça. O único jingle gravado no amor, sem cobrar. A profissão tem dessas coisas, uma mão lava a outra e Santelmo lava as duas. Um case que ficou na história das campanhas eleitorais.

*Jorginho Abicalil é publicitário, nasceu em friburgo e vive no Rio de janeiro. Fundou a produtora Tape Spot, onde criou jingles para diversas agências de todo o Brasil

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Jorginho Abicalil

Recado de Jorginho Abicalil

Como era Friburgo antigamente? O que o tempo fez mudar? O que não mudou em nada? Essas e outras questões são abordadas, aos fins de semana, na coluna “Recado de Jorginho Abicalil”, onde o cronista relata a Nova Friburgo de outros carnavais.

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