Reflexão de um botafoguense convicto

terça-feira, 03 de março de 2015

Tendo como tema inspirador o jogo do último domingo, 1º de março, entre Flamengo e Botafogo, vencido pelo glorioso por 1 a 0 e com direito a gol contra do goleiro adversário, tenho um recado para aqueles que ainda hoje enchem a boca para proclamar: "Votei na Dilma porque votar no Aécio ninguém merece”.

O resultado do jogo é o que menos importa; importa a comparação do Botafogo com o Brasil, após 12 anos de desgoverno petista. É sabido, principalmente pelos botafoguenses, que a gestão Maurício Assunção foi um desastre total, deixando uma agremiação já no CTI às portas do cemitério. O desempenho esportivo pífio piorou as finanças, as dívidas aumentaram e as ações para melhorar tal desempenho, típicas de amadores brincando de profissionais, sem nenhum conhecimento de administração, gestão e, mesmo, marketing, resultou no rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de 2015, a competição mais importante do país. 

Com a mudança de diretoria, após seis anos de desgoverno, o clube foi obrigado a se reestruturar e, apesar de ter formado um time novo, restando apenas o goleiro Jefferson (da Seleção Brasileira) e Marcelo Mattos, ocupa hoje a ponta da tabela do campeonato carioca e é um dos únicos times invictos após sete rodadas. Não é um grande time, mas mostra que o trabalho desenvolvido até agora está no caminho certo. Moral da história: toda mudança é benéfica e deve ser feita, pois a continuidade gera vícios e estimula os deslizes de conduta.

Esse é o caso do Brasil do PT, adentrando no poder em 2002, sob a batuta de Luís Inácio, e que vive, hoje, um momento de terra arrasada. Sua reeleição foi o que de pior poderia acontecer, pois fosse outro o desfecho da eleição de 2006, não teríamos o mar de lama que cobriu o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Foi a partir de 2002 que o PT maquinou todo o esquema de corrupção que o manteve no poder, no início com o mensalão e, posteriormente, com o petrolão. Somos hoje um país falido, desacreditado, com intervenções da cria de Luís Inácio típicas de uma administradora de má formação acadêmica, secundada por coadjuvantes totalmente despreparados, amadores mesmo. O que é pior: no seu segundo mandato Dilma dá uma guinada de 360 graus e suprimiu todas as ações eleitoreiras do seu primeiro mandato, numa tentativa desesperada de se manter no poder, aliás, foi por esse motivo que a "bolsa família” não foi modificada. Apenas com um perverso detalhe: salvo raríssimas exceções, seus valetes de agora conseguem ser piores que os antecessores.

O torcedor alvinegro tem esperanças de dias melhores, pois na realidade a meta principal de 2015 é a volta à divisão de elite do futebol brasileiro. Esse início de temporadas parece ser promissor. Ao contrário, o brasileiro está cada vez mais preocupado, pois o futuro é incerto e o timoneiro do barco um desastre, além de presunçoso, autoritário e mal educado. O que é pior, ainda temos de escutar as ameaças de Luís Inácio, um demagogo de meia-tigela. Por falar nisso, onde estão os comandantes militares que não solicitaram uma reunião de emergência com o ministro da Defesa e exigiram um pedido de retratação desse mau elemento? Afinal, ameaçar chamar o Stedile e colocar o exército do MST nas ruas para defender a presidente de um possível impeachment é incitar a violência e séria ameaça à ordem pública. Cheira às mesmas ações das republiquetas da América Latina comandadas por similares da estirpe de Hugo Chaves, Cristina Kirchner, o indiozinho boliviano e outros mais. 

Entre ser botafoguense ou brasileiro, prefiro ser o primeiro, pois ao menos os torcedores do glorioso têm esperanças de dias melhores. Moral da história e parafraseando Nelson Rodrigues, "toda continuidade é burra”. Mudar é sempre preciso. O Brasil não tem a mínima condição de continuar com reeleição para presidente, governador e prefeito, além do mais, vereadores, deputados e senadores não poderiam exercer mais do que dois mandatos — e, mesmo assim, em período não consecutivo.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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