OBSERVATÓRIO - 28/01/2015

Carnaval 2015 

Não sejamos hipócritas de dizer que está tudo bem com o carnaval de Nova Friburgo. Não pode ser considerado normal que quatro agremiações na ativa (as escolas Alunão, Imperatriz e Vilage e o bloco Bola Branca) não desfilem nesse carnaval. Motivos à parte — e eles existem, obviamente —, o carnaval de Nova Friburgo estará incompleto. Mas que brilhem aqueles que se dispuseram na resistência.

Dessa forma, cabe nos concentrar no carnaval carioca, onde teremos nesse ano uma boa safra de sambas. As escolas capricharam e não me lembro de carnaval com tão grande quantidade de bons sambas. À exceção de duas ou três escolas, todas as demais, na minha opinião, trazem sambas que prometem na Sapucaí. 

Como gosto musical, cada um tem o seu, com o samba não é diferente. Mas chamo a atenção para o samba popular da Mocidade. Após sambas fracos, a agremiação famosa por grandes canções volta ao seu estilo e leva um enredo imaginativo que já conquista pelo samba. 

Não há como desprestigiar os sambas das tradicionais Mangueira e Portela. São poéticos e fáceis de memorizar. Mais completos do que o da Mocidade em termos musicais. Na mesma toada, a Viradouro volta em grande estilo ao Grupo Especial. Agora, um samba que você se pegará cantando sem perceber é o da São Clemente. Melódico, doce, feliz. Possivelmente o melhor deste carnaval, porque une o que tem de popular no samba da Mocidade com a riqueza do samba da Portela. 

Dessa forma eu diria que os melhores sambas desse ano são, pela ordem, São Clemente, seguido pela Mocidade, Portela e Mangueira. Na sequência Grande Rio, com a história do baralho, se assemelhando muito com o famoso samba da Viradouro adotado pela torcida do Botafogo; Vila Isabel, que volta a ter um bom samba, longe, é claro, da obra-prima de Martinho da Vila e Arlindo Cruz que lhe deu o título incontestável com a roça, em 2013; e a Viradouro fecha esse top 7, em que qualquer um deles poderia trocar facilmente de posição. Sem deixar de destacar os bons sambas da Tijuca, da Beija-Flor e da União da Ilha. Ou seja, das 12 escolas que desfilam nesse ano, apenas dois eu diria que não são lá grandes coisas para mim. O que pode diferir de outras opiniões.

Ah! Um adendo. Não deixe de ouvir o belíssimo samba da Vai Vai de São Paulo. Simplesmente Elis, o samba faz um passeio pelas obras dessa que é a maior cantora da história do Brasil.

      

Se em Nova Friburgo o carnaval terá a ausência de quatro agremiações na ativa, as escolas Alunão, Imperatriz e Vilage e o bloco Bola Branca, sem contar a Acadêmicos do Prado e a Unidos de Amparo, em Bom Jardim também tem ausência maiúscula. O famoso bloco Jegue Elétrico oficializou que não desfilará nesse ano.

Famosa por seu carnaval de rua, a ausência do Jegue Elétrico após 20 anos de desfiles, por certo, fará a cidade vizinha sentir bastante. Dezenas são os friburguenses que saem no bloco e tantos outros vêm de diversas cidades para passar o carnaval em Bom Jardim. Os líderes do bloco se limitaram a comunicar que não desfilarão, sem deixar expressos claramente os motivos. 

O valor total dos cortes em todas as pastas do governo do estado chega a R$ 6,5 bilhões, mais que o dobro da estimativa inicial. O Fundo Estadual de Saúde teve cerca de R$ 500 milhões congelados, e o Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam), R$ 120 milhões. Já o DER perdeu R$ 64 milhões, e a Secretaria de Obras, R$ 81 milhões. 

  A Secretaria de Segurança foi a que mais perdeu. As polícias Militar e Civil tiveram R$ 1,37 bilhão de seus orçamentos congelados. O corte na PM equivale a 26% dos investimentos que seriam destinados à corporação. A liberação de mais verbas dependerá da disponibilidade de recursos. 

O corte no orçamento da PM só é inferior ao aplicado na planilha dos Encargos Gerais do Estado (EGE), que teve R$ 4,5 bilhões congelados. No EGE, entram pagamentos de dívidas e verbas para as 92 prefeituras, mas, entre os setores considerados prioritários. Ou seja, as prefeituras terão muito menos dinheiro neste ano. Os cortes se dão por conta de dívidas e problemas na economia que provocaram queda nas arrecadações do ICMS e de royalties do petróleo.

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Tem força aquilo que a gente quer. Tem mais força ainda aquilo que vem do coração.