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Não venda seu voto
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Caros amigos, vivemos em um país que pretende, a partir da participação popular na escolha de seus dirigentes, progredir no caminho do bem comum. Entretanto, o Brasil vive o triste drama da "compra de votos”, que se repete a cada eleição. Alguns, em troca de benefícios paternalistas do Governo ou outros "favores” mais particulares, vendem o direito pessoal e intransferível de eleger seus representantes políticos.
Saibam todos que a conivência com a venda de votos é indigna de um cristão! Através dela rifa-se o bem-estar de muitos por preço baixo, pois os "favores eleitoreiros” desaparecem no dia seguinte das urnas. Será que é só aí que o "bem-estar” do eleitor interessa?
O ideal é optar por um bem-estar mais duradouro, que esteja ancorado na verdade, que redunde em bem para toda a comunidade, mesmo que os resultados de nossas escolhas demorem a aparecer.
Neste sentido, o seu voto não pertence só à esfera pessoal. Devemos ter em conta os interesses comunitários. Seguindo esta mesma lógica, também a comunidade enquanto tal precisa promover entre seus membros critérios que justifiquem a escolha entre um candidato ou outro. O Compêndio da Doutrina Social da Igreja ensina que: "A escolha do partido, da corrente política, das pessoas a quem confiar a vida pública, mesmo empenhando a consciência de cada um, não pode ser entendida como uma escolha exclusivamente individual: ‘É às comunidade cristãs que cabe analisar, com objetividade, a situação própria do país, e procurar iluminá-la com a luz das palavras inalteráveis do Evangelho; a elas cumpre haurir princípios de reflexão, normas para julgar e diretrizes para a ação, na doutrina social da Igreja’. Em todo caso, ‘não é lícito a ninguém reivindicar exclusivamente para a sua sentença a autoridade da Igreja’: os crentes devem antes procurar ‘em diálogo sincero, esclarecer-se reciprocamente, conservando a caridade mútua, e preocupados em primeiro lugar com o bem comum’” (n. 574)
Em outras palavras, não é papel da religião "canonizar” um candidato por ele pertencer a uma denominação ou ocupar algum cargo eclesiástico. Isto é errado! Mas é dever da Igreja promover valores, que, iluminados pela luz do Evangelho, são critérios válidos e irrenunciáveis para todo cristão.
Além da foto e do número de seu candidato, você também conhece suas propostas e compromissos? Ele é uma esperança de mudança das estruturas corrompidas do Governo ou representa a afirmação dos atuais erros cometidos? Pense bem.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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