Vidas ameaçadas

Os seres humanos, e também os animais, lutam, desde suas origens, contra uma forma de doença devastadora a que se deu o nome de câncer. Hoje convivemos com algumas centenas de formas da doença. Pode parecer exagero, mas é assim mesmo. Existe o câncer dos ossos, da pele, do cérebro, do sangue, do estômago, do útero, da próstata e por aí afora. Alguns muito agressivos, outros menos, mas no fim acabam por mutilar e matar as pessoas. Para certos tipos já temos respostas que mostram suas causas com certeza. O câncer da boca e o da garganta, por exemplo, são associados ao fumo, na maioria dos casos. O da pele, relacionado ao abuso de exposição ao sol, o do estômago, ligado ao álcool e comidas muito picantes e quentes. 

No entanto, para muitos tipos de câncer ainda não temos a menor explicação. Entre as mulheres, uma forma da doença extremamente agressiva, principalmente se contraída antes da menopausa, é o da mama. Quarenta mil novos casos vão surgir este ano, segundo estatísticas. O número de mortes deve chegar a treze mil. Mesmo em países mais adiantados em serviços de saúde, morrem muitas mulheres. Entre nós, infelizmente, a doença ainda é descoberta em estágios mais avançados, o que torna mais difícil a cura e eleva o numero de óbitos. A cura verdadeira e definitiva ainda está diretamente ligada à descoberta precoce da lesão maligna e sua retirada por cirurgia. O chamado autoexame é uma forma da própria mulher descobrir o tumor. Pena que geralmente isto só acontece quando os nódulos já são maiores de dois centímetros, o que mostra uma doença avançada, já com suas sementes lançadas para outras partes do corpo, o que torna a possibilidade de cura muito mais difícil. O método salvador por excelência é a mamografia de alta resolução. Capaz de descobrir o câncer numa fase bem inicial, esta radiografia de alta capacidade mostra lesões tão pequenas quanto a cabeça de um alfinete. Nestes casos, a doença é completamente curável com uma pequena operação que retira apenas uma parte do seio atingido. Posteriormente, este seio pode ser submetido a uma plástica que vai restaurar sua aparência. 

Neste mês de outubro, lembramos a luta contra o câncer de mama, procurando estimular as mulheres a se cuidarem melhor, principalmente aquelas cujas mães ou irmãs tenham a doença, o que aumenta em muito o seu risco. Em Friburgo, temos uma associação que reúne mulheres que sofrem do câncer da mama, Amma, entidade maravilhosa, surgida do esforço de algumas abnegadas e que ajuda de todas as formas as portadoras da doença. Procure informar-se sobre ela e torne-se uma sócia colaboradora. Vamos prestigiar o movimento Outubro Rosa e torcer para que o Hospital do Câncer de nossa cidade seja inaugurado o mais breve possível, o que será um bem inestimável para nossa população.